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O LIVRO "A ULTIMA NOITE"

Alguns capitulo do livro a "Última noite"



Copyright © 2014por Márcio Lopes Marinho
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida, por qualquer forma ou meio, seja ele mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação, etc., tampouco apropriada ou estocada em sistema de banco de dados, sem expressa autorização do Autor (Lei 9.610/98).
Esta é uma obra de ficção. Os fatos aqui narrados são produtos da imaginação do autor, sem compromisso com a realidade.
1ª Impressão – 2014
Este livro adota as regras do novo acordo ortográfico (2009



                 



E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.
Gênesis 1:5



                                Trecho do livro

-- Atrevida!—Disse ele antes de esmagar a boca dela com um beijo. Galena começou a se debater, a soca-lo, mas a língua dele arrombava a sua boca, enquanto que as mãos dele apertavam os seus seios, acariciava a sua pele... – Você tem que aprender a ser mais educada com os outros, atrevida. —Disse ele saindo de cima dela.
         Galena fixou nele aqueles olhos de turquesa gélidos e penetrantes, vendo o se afastar, entrar no carro e deixa-la ali, chutando a própria sombra de tanta raiva.









                       Livros escritos pelo autor

As joias são para Rosa (Publicado pela editora Multifoco)
As gêmeas devem morrer  (Clube de autores)
Os pecados da outra    (Clube de autores)
Alguém espia você    (Clube de autores)









Capitulo 01

      22 de janeiro de 1974... Brasil...

         A chuva com granizo começou a cair pouco depois da meia noite. Ventos de até 128,5, quilômetros por hora atingiram a linda cidade litorânea  Paraiso Dos Ventos. As fortes rajadas de ventos provocaram quedas de árvores, muros e de fios elétricos deixando muitas casas sem energia.
        Os cinco homens de aproximadamente vinte anos cada um, aproveitaram aquela fúria da natureza, para invadir a fazenda Canela-de-ema.
         A família Collins havia deitado mais cedo naquele dia, devido à violenta tempestade e a falta de luz... Derek e sua  esposa Anne se recolheram mais cedo do que as filhas, a não ser o menor Jacob Collins que já havia deitado e dormia como um anjo, esparramado em sua cama no seu quarto.
         Jacob estava com cinco anos, era um garoto atrevidamente bonito, de olhos azuis e uma vasta cabeleireira negra. Ele era o filho mais novo de Derek e Anne.
         Derek e Anne tinham vindo para o Brasil logo que se casaram. Pois Derek havia herdado a fazenda da avó materna.
         Eles tinham quatro filhos. Três meninas e um menino.
         Gisele tinha dezoito anos...
          Julia dezessete anos...
          Giovana quinze anos.
         E o pequeno Jacob de cinco anos.
         Elas eram umas belas moças. Eram educadas, ajudavam a mãe com prazer nos afazeres da casa, enquanto o pai cuidava da fazenda junto com os outros empregados.
         Quando ficou grávida de Jacob, Anne teve que ficar de repouso a gravidez inteira, pois ela já havia passado dos quarenta e era uma gravidez de riscos. Mas graças a Deus, tudo correu bem. Jacob nasceu com saúde, não acontecendo nada nem com ela nem com o bebê.
          Já passava da meia noite, quando Jacob acordou com gritos. Pareciam os gritos das irmãs e da mãe... Jacob pulou da cama, sem se preocupar em calçar nada. Saiu descalço pelo corredor, cuidadosamente para saber o que estava acontecendo...
          Jacob chegou a tempo de ver o pai ser baleado na cabeça, e seu corpo bater contra a parede num forte impacto! Os relâmpagos iluminavam a sala, tornando o acontecimento ainda mais sinistro.
          Ele sufocou um grito que ameaçou sair, tamanho era o medo, o pavor por ver aquela cena macabra se desenrolando ali, diante dos seus olhinhos assustados.
          A mãe foi a próxima a levar um tiro na cabeça... Lá fora a chuva acabava com tudo, e lá dentro aqueles homens acabava com a sua família.
           Suas irmãs foram dominadas por aqueles homens, e cada uma delas tiveram suas vestes rasgadas, e uma a uma foram violentadas... Depois elas também foram brutalmente assassinadas!
           As lagrimas desciam pelo rosto de Jacob... Logo adiante, perto da porta, uma mulher assistia tudo... Quando outro relâmpago clareou a sala, ele viu nitidamente as feições daquela mulher... Ele a conhecia, assim como ele também conhecia aqueles homens...
              Mas alguém chegou por trás do pequeno Jacob, levando a mão a sua boca, evitando assim que ele gritasse!




Capitulo 02

        23 de fevereiro de 1988... Brasil....

           A alguma distância da casa grande, o homem puxou as rédeas do animal... Ele usava chapéu e uma capa preta de chuva...
         De onde ele estava, sobre o cavalo dava para contemplar toda a fazenda, a sua fazenda! Canela-de-ema era a fazenda mais linda da região... Ele era um homem rico!
          Danilo Collins havia herdado tudo depois da morte do irmão e de sua família. Mas o corpo do pequeno Jacob Collins, nunca foi encontrado...
           Danilo era feliz! Ele tinha uma linda mulher e uma filha de dez anos que parecia uma boneca de tão bonita que era... Danilo Collins se considerava o homem mais sortudo da face da terra...

            A mulher estava debaixo do homem, sendo penetrada por ele. Ele tinha dezoito anos, e ela já havia passado dos trinta. Ela sentia com prazer os testículos dele baterem contra os seus pelos pubianos enquanto ele socava vigorosamente...
            Larissa Collins, esposa de Danilo Collins, estava a ponto de ter um orgasmo debaixo do corpo do jovem amante!
            Larissa havia trancado a filha no quarto, para que ela não atrapalhasse aqueles momentos maravilhosos...
              No quarto ao lado, Galena chorando sobre a cama, ouvia o ranger da cama onde sua mãe fazia sacanagens com o amante. Ela sabia que a mãe tinha um amante, mas nunca se atreveu a contar ao pai. Ele nunca acreditaria nela, e ainda lhe daria uma surra de borracha.
               Ela o tinha visto apenas uma vez entrar na casa... Ele tinha os olhos azuis... E cabelos pretos...
                Pobre papai. Ele não merece o que ela está fazendo com ele, ele não merece. Mas o culpado de tudo é o amante, ele enfeitiçou mamãe, com aquele par de olhos azuis.
                -- Isso, querido, isso! Não pare, não pare! Oooiiiii... OOHHH!
                Danilo já havia saltado do cavalo e abria a porta... Faria uma surpresa para a sua linda esposa, chegaria sem fazer barulho...
                Do seu quarto, Galena ouviu os passos do pai e ficou apavorada! Os dois amantes estavam envolvidos demais um com o outro para ouvirem aqueles passos...
                Papai vai pegar os dois! Deus não deixe que isso aconteça, não deixe!
                Mas Danilo já tinha aberto a porta do quarto... Ele pode ver a sua esposa se contorcer de prazer debaixo do corpo atlético do rapaz... As pernas dela estavam sobre os ombros dele, e ele socava com tanta força, que Danilo pode ouvir os testículos dele baterem contra os pelos pubianos de sua mulher!
                 As lagrimas começaram deslizar pelo rosto do marido traído... Ele fechou a porta silenciosamente... Desceu as escadas e entrou na biblioteca. Puxou a gaveta da escrivania e sua mão pousou sobre o revólver que ele guardava ali... Mas seus olhos pousaram sobre uma carta ali na mesa, e sentindo se atraído por ela largou por alguns momentos o revolver, e tirou o papel de dentro do envelope para ver do que se tratava... A medida que ele ia lendo, a surpresa ia se estampando em seu rosto... Danilo não era um homem bonito, mas também não era feio totalmente...
            Ele subiu as escadas bem lentamente, talvez para adiar um pouco do que ia acontecer... Desta vez ele não abriu a porta devagar, mas bruscamente e já foi disparando vários tiros em direção à cama...
                  Três pegaram nas costas de Larissa que estava debruço... Estava saciada, realizada com aquele amante vigoroso... Os outros pegaram... Na parede! O amante de Larissa Collins não estava mais ali. Por um espelho, a primeira vez que Danilo abrira a porta, o rapaz o vira, enquanto se movia sobre Larissa. Já imaginando o que ele ia fazer, ele explodiu dentro da amante e depois disse que ia ao banheiro. Mas ele saiu pela janela, desceu por uma arvore que ficava próxima, enquanto Larissa estava de olhos fechados, deitada de bruços...
                  -- Meu Deus!—Galena ouviu os disparos no quarto ao lado... – Pai, pai!—Ela começou a gritar e a esmurrar a porta!
                  Completamente dominado pela raiva e pelo ódio, Danilo vasculhou todo o quarto a procura do amante de sua esposa. Olhou nos armários, foi até o banheiro e não viu ninguém. Danilo encostou-se à parede e começou a chorar, olhando para a esposa inerte na cama com três furos nas costas.
      Chorando, Danilo empurrou o cano da arma para dentro da boca e apertou o gatilho!
      Os olhos de Galena se arregalaram de choque, quando ouviu o outro disparo!





Capitulo 03

        22 de março de 2005... Brasil...

          Doutor Renan Pontes estava com cinquenta e um anos. Era um médico bem sucedido na cidade de Paraiso Dos Ventos. Havia se formado no Rio de Janeiro, mas voltara para Paraiso Dos Ventos para exercer a sua profissão ali. Doutor Renan era querido por todos ali, era considerado um dos melhores cardiologistas da cidade. Bonito e atencioso com todos, ele trabalhava em seu consultório particular, na clinica e atendia no posto de saúde da prefeitura também.
          Era casado com Diná, uma mulher que no passado havia sido uma modelo de sucesso. Com ela Renan tinha uma filha de vinte anos, chamada Alice.
          Passava da meia noite quando ele chegou da clinica. Havia saído a poucas horas de uma cirurgia. Ele precisava de uma boa noite de sono. Ele entrou no quarto, sem fazer barulho para não acordar a esposa que já estava ferrada no sono.
           Tomou um banho. Colocou um roupão e foi à cozinha comer alguma coisa. Comeu uma maça e tomou um copo de leite. Havia uma torta de frango na geladeira, mas estava tarde para comê-la. Quando voltou para o quarto, percebeu que o seu celular vibrava. Pensando ser da clinica, ele decidiu atender,  mas ao ver no visor descobriu que era chamada não identificada.
             Uma chamada não identificada há essa hora? Geralmente Renan não atendia, mas a curiosidade foi mais forte, e ele então atendeu:
              -- Pronto! Com quem eu estou falando?
              -- Seus dias estão contados, seu verme miserável!
              -- Alô, quem está falando?
              -- Você vai morrer! O mundo vai acabar para você, Renan Pontes.
              -- Olha aqui, seja quem for eu não tenho medo de suas ameaças...
              A pessoa usava um destorcedor de voz, portanto não dava para Renan dizer se era um homem ou uma mulher...
               O médico estava com o coração disparado.

                Jacob Collins despertou com o sol entrando pela janela. Apenas de cueca ele caminhou até a janela, se espreguiçando diante do sol.
                Estava em um hotel à beira de estrada, dentro de uma hora ele chegaria a Paraiso Dos Ventos. Não era fácil estar de volta, depois de tudo o que havia acontecido com os seus pais e suas irmãs. Quantos anos? Trinta e um anos? Mas ele voltara ali depois disso. Ele estava com dezoito anos quando voltou e começou a trabalhar na fazenda que havia pertencido aos seus pais.  Canela-de-ema... Seu tio tinha herdado tudo! O único parente vivo na época.
                 Aquela cena sinistra sempre voltava a sua mente. Se não fosse Joana a sua baba, com certeza ele também teria sido assassinado. Ela que tinha chegado por trás  dele, e levado à mão na boca dele para que ele não gritasse e o tirara dali, saindo com ele pela janela do quarto principal e descendo a arvore que ficava próximo ao quarto. Toda vez que ele se lembrava daquela carnificina, ele começava a chorar... E desta vez não foi diferente...
                   Aos dezessete anos, mesmo contra a vontade de Joana, ele voltou a fazenda e começou a trabalhar  lá para cuidar dos cavalos.
                    Larissa a mulher do tio, não deixou o rapaz alto, musculoso passar despercebido. E era isso mesmo que ele queria que a mulher do tio ficasse caída por ele. Seria uma vingança, uma pequena vingança, mas seria.
                    Nunca passou pela cabeça de Larissa que o garotão pelo qual ela estava loucamente apaixonada era aquele menino de apenas cincos que havia desaparecido na noite em que a sua família havia sido assassinada.
                     Danilo e Larissa passaram anos e anos tentando saber do paradeiro do garoto, mas não para ajudar o menino órfão e sim elimina-lo.
                      Jacob reconheceu muito bem a mulher parada do outro lado da sala, vendo tudo acontecer e não fazendo nada para impedir a tragédia. Danilo era um dos homens, e foi o próprio Danilo que atirou no irmão e na cunhada, matando os dois.
                      O plano de Larissa era acabar com todos da família, até com o garoto de cinco anos que não passava de uma criança... Com todos mortos, Danilo herdaria tudo que o irmão tinha... Afinal ele seria o único parente vivo. Mas eles não contavam que o garoto fosse desaparecer misteriosamente, e passou esses anos todos com medo que a qualquer hora ele aparecesse já crescido e reivindicasse a herança.
                       Jacob se apresentou na fazenda como Jonas Cadore, com o apelido de JC. Não foi fácil para Jacob se envolver com a mulher que havia sido a cabeça de todo o plano para matar a sua família. E não era a primeira vez que ela traia o marido, já o havia traído outras vezes...
          
          A  mulher estava debaixo de  Jacob, sendo penetrada por ele.... Ela sentia com prazer os testículos dele baterem contra os seus pelos pubianos,, enquanto ele socava vigorosamente...
            Larissa Collins, esposa de Danilo Collins, estava a ponto de ter um orgasmo debaixo do corpo do jovem amante!
            Larissa havia trancado a filha no quarto, para que ela não atrapalhasse aqueles momentos maravilhosos...
              No quarto ao lado, Galena chorando sobre a cama, ouvia o ranger da cama onde sua mãe fazia sacanagens com o amante. Ela sabia que a mãe tinha um amante, mas nunca se atreveu a contar ao pai. Ele nunca acreditaria nela, e ainda lhe daria uma surra de borracha.
               Ela o tinha visto apenas uma vez entrar na casa... Ele tinha os olhos azuis... e cabelos pretos...
                Pobre papai. Ele não merece o que ela está fazendo com ele, ele não merece. Mas o culpado de tudo é o amante, ele enfeitiçou mamãe, com aquele par de olhos azuis.
                -- Isso, querido, isso! Não pare, não pare! Oooiiiii... OOHHH!
                Danilo já havia saltado do cavalo e abria a porta... Faria uma surpresa para a sua linda esposa, chegaria sem fazer barulho...
                Do seu quarto, Galena ouviu os passos do pai e ficou apavorada! Os dois amantes estavam envolvidos demais um com o outro para ouvirem aqueles passos...
                Papai vai pegar os dois! Deus não deixe que isso aconteça, não deixe!
                Mas Danilo já tinha aberto a porta do quarto... Ele pode ver a sua esposa se contorcer de prazer debaixo do corpo atlético de Jacob... As pernas dela estavam sobre os ombros dele, e ele socava com tanta força, que Danilo pode ouvir os testículos dele baterem contra os pelos pubianos  de sua mulher! Pelo espelho, Jacob viu a porta entreaberta e o seu tio assistindo tudo silenciosamente.
                Assim que Danilo fechou a porta, Jacob soltou o gozo e ela explodiu junto com ele.
               -- Vou ao banheiro.—Disse ele. Mas ele não entrou no banheiro. Larissa estava de bruços, de olhos fechados. Ele tinha saciado muito bem a vadia... Ele pulou a janela, desceu pela mesma arvore que Joana havia descido com ele na noite trágica.
                 Danilo desceu as escadas. e entrou na biblioteca. Puxou a gaveta da escrivania e sua mão pousou sobre o revólver que ele guardava ali... Mas seus olhos pousaram sobre uma carta ali na mesa. Largou por alguns momentos o revolver e tirou o papel de dentro do envelope para ver do que se tratava... A medida que ele ia lendo, a surpresa ia se estampando em seu rosto... Danilo não era um homem bonito, mas também não era feio totalmente...
                   “Querido tio, lembra de mim Jacob Collins? Com certeza quando acabar de ler essa carta, eu já terei acabado de fazer amor com a sua mulher pela quarta vez! Eu a tenho comido quase todas as noites aqui no estabulo. Ela espera você dormir e vem me procurar feito uma cadela no cio. Eu monto nela, como esses cavalos aqui que montam nas éguas. Eu tinha apenas cinco anos, mas eu me lembro muito bem o que vocês fizeram com a minha família. Você é um assassino, a sua esposa é uma assassina, e eu tenho pena da filha de vocês! Pobre coitada ser criada por uma dupla que não vale nada. Eu te odeio, há como te odeio. Quero que você e sua mulher vão para o inferno!”
            Ele subiu as escadas bem lentamente, talvez para adiar um pouco do que ia acontecer... Desta vez ele não abriu a porta devagar, mas bruscamente e já foi disparando vários tiros em direção a cama...
                  Três pegaram nas costas de Larissa que estava de bruços... Estava saciada, realizada com aquele amante vigoroso...
             Seu tio estava morto e Larissa também! Sua alma estava mais leve, os cabeça da morte de sua família estavam debaixo de sete palmos...
             Mas ele queria de volta o que era seu: A fazenda Canela-de-ema e todos os bens de sua família. Mas tudo isso agora estava nas mãos da filha de Danilo e Larissa...
             Galena Collins era a dona de tudo!






Capitulo 04
         Jacob tomou um banho, colocou uma roupa e desceu para tomar o café da manhã. Ia prosseguir viagem depois do almoço.
         Mas enquanto Jacob tomava café no hotel, um homem em outra mesa o observava.
          Esse homem o vinha seguindo desde que ele saiu do Rio de Janeiro. Mas Jacob Collins não havia notado. O homem quase não tirava os olhos dele...
          Jacob entrou no quarto, fechou a porta. Levou um susto ao ver uma moça ali, em seu quarto. Então imediatamente ele se lembrou dela, na noite anterior era ela que estava na recepção do hotel. Mas ela não tinha o direito de entrar em seu quarto!
           -- O que você está fazendo no meu quarto?
           O coração de Carina estava disparado. Não que estivesse com medo de Jacob Collins, e sim por se sentir perturbada por aquele homem másculo, que mexeu com todos os seus hormônios quando ele entrou pela primeira vez no hotel.
           Mas ela também estava com medo, medo dele não acreditar nela.
            -- Desculpe por eu ter invadido o seu quarto, mas é que eu precisava muito falar com você.
            -- Mas precisava invadir o meu quarto? Que papo estranho, moça...
            Carina  tremia. Ela não sabia mais se era por causa da beleza dele, do charme dele, ou se era pelo que ela tinha a dizer a ele.
             -- Olha, eu vou chamar o gerente do hotel... – Ele caminhou em direção à porta, odiando aquela invasão. Com certeza além de recepcionista do hotel, era garota de programa também.
              -- Não! Por favor, se fizer isso eu posso perder o meu emprego...
               -- Pensasse nisso antes de invadir o meu quarto. —Disse ele olhando para a moça de cabelos negros e olhos cor de mel. Era bonita, muito bonita, mas não tinha cara de quem fazia programa.
               -- Eu vim alerta-lo.
               -- Alertar-me, sobre o que?
               -- Acho que você ainda não percebeu, mas você está sendo seguido.
               -- Eu? Seguido?—Jacob deu uma risada. —De onde você tirou essa ideia, moça?
               -- Não acredita em mim? O nome dele é Olavo Perez, pelo menos era esse o nome que estava no documento dele, ele está hospedado no quarto em frente. Ele chegou pouco depois de você e quis saber se tinha hospedado aqui um tal de Jonas Cadore. Eu disse que não sabia que tinha acabado de assumir a recepção. E hoje quando você voltou do restaurante, após tomar o café da manhã e entrou no elevador, ele te observava a certa distância.
         Pensativo, Jacob coçou a barba que estava por fazer... Joana quando fugira com ele, achara melhor mudar o seu nome, pois tinha medo que os assassinos dos seus pais o encontrassem. Depois de contar toda a história para a patroa  bondosa já com cinco meses trabalhando na casa, Cândida Camargo conseguiu um novo registro para Jacob com outro nome.
           Será que os assassinos de sua família, tinham descoberto ele?
        -- Carina é o seu nome, não é?
        -- Sim.
        -- Vou ficar em alerta então. Eu não sei quem pode ser, ou por qual motivo essa pessoa pode estar me seguindo, mas eu vou ficar esperto. Obrigado. Imagino que você more em Paraiso Dos Ventos, é a cidade mais próxima daqui.
        -- Meu pai tem um sitio aqui perto, há meia hora daqui. Mas todo final de semana eu vou a Paraiso Dos Ventos, minha tia mora lá.
         -- Vou ficar alguns dias na cidade, mas só até eu comprar uma fazenda aqui por perto. Sabe se tem alguma fazenda a venda aqui perto?
         -- Que eu saiba não. Mas posso perguntar para o meu pai. A fazenda mais linda da nossa região é a Canela-de-ema. Mas essa a proprietária Galena Collins... Acho-a muito chata.          -- É muito bonita a fazenda, mas já aconteceu tanta tragédia lá. Uma família inteira foi assassinada, o tio dessa proprietária Galena Collins. Ele, a esposa e as filhas... O garotinho de cinco anos sumiu, a policia acredita que os assassinos o tenham levado. Depois o pai de Galena pegou a esposa com um amante, matou ela e depois se matou. O amante nunca mais souberam dele.
          -- Me passa o seu telefone, depois eu te ligo. Se você puder quando estiver de folga andar comigo para visitar algumas fazendas, eu vou gostar muito.
           Aqueles olhos azuis a deixavam tonta, aquele rosto tão bonito, aquela boca, deixava Carina om as mãos suadas e o corpo em chamas...
            Ela deu o numero do seu telefone para ele, e depois deixou o quarto. Mas a vontade dela era de ficar, e deitar naquela cama com ele.

             À distância, Michel observava a mãe sobre o cavalo, junto com os peões conduzir as vacas para o curral.
             Michel tinha orgulho da mãe. Ela era uma mulher bonita, atraente e comandava a fazenda com mãos de ferro. Era considerada a maior fazendeira da região... Havia ficado órfã com dez anos, e até completar maior idade, todos os bens ficaram nas mãos do advogado do seu pai e ela foi enviada para um colégio interno na Suíça.
              Galena cresceu pensando em vingança, nunca se esqueceria do amante de sua mãe. Por causa dele, o seu pai havia matado a sua mãe e depois se matado.
               Quando ganhou maior idade, o advogado do pai passou todos os bens para o nome dela. Foi a partir dai, que Galena teve a certeza que encontraria o amante da mãe nem que fosse ao inferno!
                Sobre o cavalo, usando um chapéu de cowboy Galena  estava perturbadoramente sexy, provocante. Seus cabelos eram de um loiro bem claro, o rosto delicado. Mas os seus olhos de turquesa, às vezes pareciam cheios de ódio, e isso sempre acontecia quando ela despertava o passado e o trazia de volta...
               Michel tinha cabelos negros e olhos azuis. Não se parecia em nada com Galena. Com certeza ele era parecido com o pai, que Galena nem sabia quem era. Não que ela houvesse se relacionado com vários homens, ao contrario, ela não fora para a cama com nenhum. Ela passou a sentir nojo pelos homens, depois que seu pai pegou a sua mãe na cama com aquele miserável. Não, ela não era lésbica apesar de alguns homens da cidade achar isso. Eles flertavam com ela, e muitas das vezes ela reagia dando alguns tabefes no sujeito.
               Com isso os homens passaram a fugir dela como o diabo foge da cruz.
                Mas Galena sempre teve o sonho de ser mãe, ter um bebê, mas para isso ela precisava ter um homem... E só de pensar nisso o seu estômago revirava. Foi pela internet que ela descobriu como ser mãe, sem precisar se relacionar com um homem: Um banco de esperma resolveria o seu problema, ou seja, o sêmen de um doador anônimo... Foi para o Rio De Janeiro e na primeira tentativa ela ficou gravida. Foi a melhor coisa que aconteceu em sua vida depois da morte dos seus pais. Michel era o seu mundo, a sua luz, o seu tudo.
                Ele adorava ver a sua mãe sobre o cavalo, era linda demais, e seus colegas de escola diziam isso. E ele ficava todo feliz. Mas às vezes uma figura masculina fazia falta, ele não tinha coragem de dizer a mãe, mas fazia falta. Todos os seus colegas tinham mãe e pai, e ele só tinha mãe e isso era uma tristeza. Há duas semanas o seu melhor amiguinho falou que emprestava o seu pai para ele. Michel disse que não precisava e naquela noite ele chorou sozinho na escuridão do seu quarto.
             Galena saltou do cavalo e foi em direção ao filho que abriu um largo sorriso. Ela o abraçou. Foram de mãos dadas para a casa grande. Depois ela o deixou com a baba e subiu para o quarto.

            
              -- Falta pouco para ele chegar a Paraiso Dos Ventos.—Disse Olavo Perez dentro do carro.
               -- Ótimo.
               -- Ainda não quer que eu faça nada?
               -- Ainda não.

              Em seu quarto, preparando para deixar o hotel, Jacob pegou o revolver na mala, certificou-se de que ele estava carregado. Depois colocou na cintura sob a camisa.







Capitulo 05
        Doutor Renan ainda estava preocupado com o telefonema que havia recebido. Talvez nem fosse necessário ficar preocupado, mas a verdade era que ele estava.
       Ele não atendeu nenhum paciente naquele dia, mandou que a sua secretaria desmarcasse todos. Estava agitado demais, nervoso demais com aquele telefonema. Ele não tinha cabeça para trabalhar.

       Galena estava almoçando com o filho Michel, quando doutor  António que foi advogado do pai dela e que ficou cuidando dos negócios até ela completar a maior idade e passar tudo para o seu nome chegou.  António era um homem de cabelos grisalhos, charmoso e viúvo.
         Galena já havia notado os olhares estranhos que António lançava para ela. O advogado já cinquentão estava apaixonado por ela. Inúmeras vezes ele tentou criar coragem e dizer a ela, mas no ultimo momento a coragem evaporava .
          -- Já almoçou António?
          -- Ainda não, Galena.
           -- Sente-se, almoce com a gente.
           Michel não gostava do advogado. Odiava o jeito como ele olhava para a sua mãe. António tentou fazer um carinho na cabeça dele antes de se sentar, mas o garoto se afastou bruscamente deixando António sem graça. O advogado deu um risinho sem graça.
           Assim que Michel terminou o almoço, ele pediu licença e disse que ia para o seu quarto.
           Melhor assim, vou ficar alguns momentos sozinho com ela.
           António pensou em se declarar para ela naquele dia, mas novamente no ultimo momento lhe faltou coragem.

           Pelo retrovisor Jacob percebeu que estava sendo seguido. Mas graças a Carina, se não fosse ela, ele nunca perceberia. O cara era ótimo em seguir as pessoas... O seu revólver estava ao lado no banco de passageiros.
            Paraiso Dos Ventos estava mais linda do que nunca. Fazia tantos anos que ele não voltava ali. Passou pelo centro da cidade, sentindo-se a garganta contrair, as emoções viam como uma avalanche!
             Jacob escolheu o melhor hotel da cidade. Foi direto para o banheiro tomar banho. Saiu do banheiro enrolada em uma tolha, com pingos de água pelo peito coberto de pelos.
             Pegou o celular e fez uma ligação.
             -- Joaninha, já cheguei a Paraiso Dos Ventos. Estou aguardando por você, não demora muito não, ouviu?
             Do outro lado da linha a senhora já de sessenta anos deu uma risada. Ambos adoravam um ao outro . A baba tinha sido um anjo de Deus que lhe salvou a vida.
                Um chuvisco caia sobre o lugar onde Joana estava, que era em uma fazenda no Pantanal
                 -- Semana que vem eu chego ai, meu filho. Um abraço, eu estou morrendo de saudades, JC.
                 Joana passou a chama-lo assim. Para os que não sabiam achavam que JC, era abreviação de Jonas Cadore, mas para ela,  e a mulher que havia sido sua patroa e a família dela sabiam que era abreviação de Jacob Collins.
                 Joana desligou com um sorriso estampando no rosto. Como uma cena de filme, o passado foi voltando em sua mente... Anne a mãe de Jacob parecia que havia pressentido que alguma coisa iria acontecer...

                -- Joana, venha até aqui.—Pediu Anne duas semanas antes do massacre. Ela pegou Joana pela mão e saiu com ela entrando no quarto.
                     Anne foi até o cofre e pegou uma caixa. Colocou-a sobre a cama, sob olhar interrogativo de Joana.
                   Anne abriu-a. Havia varias joias lá dentro.
                   -- Dona Anne!
                   -- Pertenceram a minha mãe... Quero que você as guarde, que fique com você.
                 -- Mas por que isso, dona Anne?—Perguntou Joana preocupada.
                 -- Temos essa fazenda, temos outros bens também, mas de repente, sei lá podemos perder tudo, nunca se sabe esse mundo da tantas voltas e eu não quero que os meus filhos fiquem sem nada se eu e o meu marido chegarmos faltar. Eu confio em você, Joana, guarde essas joias.

        Lembrar-se do que havia acontecido sempre fazia Joana chorar. Era como se Anne houvesse tido um pressentimento de que algo horrível fosse acontecer.
       Joana fugiu com Jacob e a caixa de joias naquela noite sinistra. Como ela já havia morado em Uberaba quando era adolescente ela foi para lá com ele.
       Com o dinheiro que tinha, Joana alugou uma casa. Não grande, mas era aconchegante. A caixa com as joias, ela achou melhor cavar um buraco no cimentado do terreiro e enterrar ela, para depois jogar cimento por cima.
         Arrumou um emprego de doméstica. A patroa era um amor, e deixava que Joana levasse Jacob com ela todos os dias. A patroa tinha um casal de filhos e Jacob cresceu no meio deles.
         Ela conseguiu criar o garoto até os dezoito anos, só com o seu trabalho, sem usar uma joia. Quando ele completou dezoito anos, ela foi até o quintal, cavou e pegou as joias.
         Jacob era um rapaz ajuizado, era o momento de ele saber que aquelas joias existia...
         Quando Joana abriu a caixa com as joias diante do belo rosto dele, os olhos dele se iluminaram numa surpresa agradável. Joana contou o que a mãe dele havia pedido, e as lagrimas começaram a descer pelo rosto do rapaz.
          Com a venda das joias, deu para ele comprar uma fazenda, e ainda sobrou para ele investir nela, começando uma criação de gado para abate.

           Mesmo tendo se tornado um homem rico, Jacob queria a fazenda Canela-de-ema de volta e todos os bens que haviam pertencido aos seus pais.
           Jacob colocou uma roupa e ligou para Carina.
           -- Carina, tudo bem, sou eu JC.
           -- JC, que bom que ligou.—Disse ela sentindo o coração disparar do outro lado da linha na recepção do hotel.—Você chegou bem? O cara também deixou o hotel assim que você saiu.
            -- Ele me seguiu até aqui.
            Será que ele está ouvindo as batidas do meu coração, meu Deus?
            -- Você não tem ideia porque ele está te seguindo?
            -- Não tenho.
            -- Seu eu fosse você procurava a polícia. Procure o delegado ai da cidade, pode ser alguém querendo te sequestrar para depois exigir resgate.
            -- É, vou ver o que eu faço. Ate mais, um abraço.
            -- Outro, JC. Ah, perguntei ao meu pai se ele sabe se tem alguma fazenda pela redondeza para vender. Ele ficou de ver com alguns amigos dele.
             -- Obrigado.
        Naquele final de tarde, doutor Renan tinha que atender no posto da prefeitura da cidade. Tinha dez pacientes marcados para aquele final de tarde. Cumprimentou a todos na recepção quando entrou e foi direto para a sua sala.
        Fechou a porta, e quando olhou para a sua mesa, estremeceu: Havia uma rosa negra sobre ela. Sentiu um frio na barriga, sua boca ficou seca e a respiração acelerada!
        Quem teria deixado aquela rosa negra sobre a sua mesa?
         Seu celular começou a tocar, ele deu um pulo para trás. O aparelho estava em seu bolso.
         Número não identificado.
         Mas ele precisava atender! O medo e ao mesmo tempo a curiosidade, obrigava-o atender.
          -- Alô—Falou ele prendendo a respiração.
          -- Recebeu a minha rosa, doutor Renan? Rosa negra!
          -- Quem é você? O que você quer?
          O destorcedor  de voz não deixava doutor Renan saber se era um homem, ou uma mulher que falava.
          -- Sabe qual o significado da rosa negra? Significa: Separação, triste e morte.!
           A ligação foi cortada e doutor Renan entrou em desespero!

           
            
            
         

Capitulo 06             
        Depois de acordar, após uma soneca à tarde, Jacob resolveu sair. Afastou-se da cidade, e quando percebeu já estava na parte rural e já tinha entrado em uma estrada de terra. Ali podia já ver vários gados pastando.
        O ar do campo entrava pela janela, e batia em seu rosto, agitando os seus cabelos, jogando algumas mechas em sua testa.

        Galena galopava pelo campo a procura de uma vaca que havia se separado das outras e desaparecido. Ela há achou meia hora depois de já a estar procurando, ela estava do outro lado da estrada, no outro pasto que fazia parte das terras de outro fazendeiro.
         Descobriu que a cerca estava caída, tanto do lado de suas terras, como do lado das terras do outro fazendeiro. Ela passou com o cavalo sobre a cerca caída e entrou na estrada para alcançar o outro lado. E foi nesse momento que o carro surgiu na curva, fazendo o cavalo se assustar e erguer as patas para cima, atirando Galena ao chão e saindo em disparada...
       Jacob Collins freou quase em cima de Galena!
       Ele desceu do carro, preocupado com a mulher.
       -- Você é louca? Como fica parada no meio da estrada, sobre um cavalo? Como você está, se machucou, você está bem?
       Ele tentou ajuda-la se levantar, mas ela deu um safanão nele, puxando o braço bruscamente.
        -- Você é que dirigia feito um louco, seu idiota!—Ela levantou a cabeça e foi então que um pode ver o rosto um do outro.
         O belo rosto do homem a sua frente deixou a tipo que hipnotizada... Aqueles belos olhos que pareciam querer queima-la com a sua fúria, ao mesmo tempo parecia querer despi-la...
         A beleza daquela mulher o perturbou. Era uma beleza atrevida, ela toda era atrevida!
         -- Olha aqui, eu vinha dirigido na velocidade normal, você é que parecia uma pateta sobre o cavalo no meio da estrada!
         Ela bateu a poeira no corpo, rangendo os dentes, com uma vontade louca de meter a mão na cara daquele sujeito.
            Olhos azuis, pensou ela, é o demônio em figura de homem bonito.
         -- Você não se machucou?—Quis saber ele preocupado, apesar de estar com uma raiva...
         -- Eu estou ótima! Homens, homens, são umas bostas, como eu os odeio!
         -- Você é lésbica? Eu não posso acreditar que uma mulher tão bonita como você seja lésbica!
         A fúria de Galena estourou feita panela de pressão, ela foi para acerta-lo no meio das pernas, mas nenhum dos dois soube o que aconteceu. Ambos caíram no chão, sobre aquela poeira, ele sobre ela. Ela deu um grito, o peso do corpo dele a esmagava contra a terra. O contato do corpo dele, o peso do corpo dele, deixou Galena  estranhamente excitada, coisa que ela nunca havia sentido na vida. O cheiro daquele homem chegou até as suas narinas, loção após barba...
          -- Atrevida!—Disse ele antes de esmagar a boca dela com um beijo. Galena começou a se debater, a soca-lo, mas a língua dele arrombava a sua boca, enquanto que as mãos dele apertavam os seus seios, acariciava a sua pele... – Você tem que aprender a ser mais educada com os outros, atrevida.—Disse ele saindo de cima dela.
         Galena fixou nele aqueles olhos de turquesa gélidos e penetrantes, vendo o se afastar, entrar no carro e deixa-la ali, chutando a própria sombra de tanta raiva.
          Galena teve que voltar para a fazenda de a pé, pois não viu nem sinal do cavalo. Mas enquanto caminhava ela pensava naquele homem perturbador de olhos azuis. Uma coisa ela não podia negar, o danado era bonito. Bonito, cínico, presunçoso.
           Ai que vontade de enforca-lo! Eu odeio esse homem, nojento, asqueroso!
           Então ela lembrou que não havia sentido nojo e nem repulsa quando ele a beijou. Por isso ela o odiou ainda mais, e chutou a terra praguejando.

            Uberaba...
                 Ela tinha acabado de chegar de viagem, e a primeira coisa que fez foi perguntar por Jacob.
             -- Tem notícia de JC e de Joana, mamãe?—Perguntou Melissa Camargo para a mãe Cândida Camargo.
             -- No momento JC não está no Pantanal. Foi para Paraiso dos Ventos, Disse Cândida lendo o jornal da tarde.
             -- Ah tá!
             
              -- Melissa, esqueça JC. Ele não ama você, e com toda razão, minha filha, você é muito ciumenta. O rapaz não podia olhar para os lados que você falava que ele estava procurando mulher.
              Cândida e o marido adoravam Jacob, eles sabiam que ele tinha vivido um calvário na época em que namorava a filha deles.
               Melissa nasceu três anos depois de Joana chegar à mansão dos Camargo com Jacob. E mesmo depois dele ter comprado à fazenda no pantanal e tendo se mudado para lá com Joana, eles e a família Camargo se viam sempre. Cândida ia sempre com o marido e as crianças para lá.
                Quando ela completou quinze anos, ela e Jacob começaram a namorar, mas se Jacob pudesse adivinhar como ela era ciumenta, nunca teria começado aquele namoro.
                Melissa era uma mulher extraordinária. Era gente fina, linda. Tinha cabelos negros e olhos azuis como os de Jacob. Mas era ciumenta demais, demais.
                 -- Mãe, eu vou atrás do JC.—Falou ela sem rodeios.
                 -- Será que essa viagem não adiantou nada, filha?—Perguntou Cândida, deixando o jornal de lado e encarando a filha.
                 -- Não, mãe, não adiantou. Eu amo ele, eu mudei, sou outra, eu vou fazê-lo muito feliz.

                  Já era noite, quando Doutor Renan deixou o posto de saúde da prefeitura de Paraiso Dos Ventos. Os carros dos médicos que atendiam ali, ficavam na rua.
                  Ele entrou no carro com um longo suspiro. Foi um milagre ele ter conseguido atender aquelas pessoas todas, depois de ter encontrado aquela rosa negra em sua mesa e depois do telefonema ameaçador...
                   Ele ia ligar o carro, quando um movimento no banco de trás, sobressaltou-o. Ele foi para se virar e ver do que se tratava, mas não conseguiu!
                   Um cordão foi passado em seu pescoço, e ele começou a ser estrangulado!





Capitulo 07
        Galena abriu e fechou os olhos! Três horas da manhã e o sono não vinha. Aquele homem invadia os seus pensamentos de uma forma que ela desconhecia. Quando fechava os olhos, ela sentia o corpo forte dele esmagando o seu contra a terra. Abria os olhos para que aquela imagem sumisse, mas quando voltava a fecha-los, era o beijo perturbador que ele havia lhe dado que invadia os seus pensamentos. Que homem era aquele? Ele não era da cidade, não devia ser! Ele era bonito demais para passar despercebido...

        Ela devia ter uns sessenta anos. Eram três horas da manhã quando ela chegou a Paraiso Dos Anjos com o seu motorista particular... Elegante, muito bem vestida, com os cabelos  prateados, Romena Jordão era uma mulher distinta.
        -- O hotel está logo ali, dona Romena, veja!—Disse Manfred, o seu motorista particular, de aproximadamente quarenta anos.
        -- É nessa cidade, Manfred, é nessa cidade que a minha filha está. Aquele detetive é muito competente, foi para está cidade que aqueles malditos trouxeram a minha filha.
        -- Vai falar para ela quem é a senhora?
        -- Por enquanto não. Ela nem imagina que foi roubada, quando criança.
            Antes que o sol nascesse, Galena pulou da cama. Realmente não havia conseguido dormir. Foi para o banheiro, tomou um banho. Colocou uma calça jeans, uma blusa azul e um par de tênis.
             Ela disse à babá que iria até a cidade. Entrou na picape, com os pensamentos no homem que quase a havia atropelado  na estrada. Ela ia encontra-lo, e ia dizer poucas e boas para ele. Aquele grosso, estupido! Como ele se atrevia a atormentar os seus pensamentos, impedindo-a de dormir?
             Galena entrou  na cidade acima da velocidade... Poucos minutos depois ela o viu, de óculos escuros, tomando café em um café bar do lado de fora. Galena freou a picape bruscamente, assustando alguns pedrestes que passavam.
             Jacob se virou e a distância ele viu a mulher descer da picape, resmungando e ir a sua direção.
             Jacob a reconheceu e não pode deixar de dar um sorriso. Galena foi avançando para cima de Jacob, tentando arranhar-lhe o rosto, mas ele segurou o seu braço.
             -- Ficou louca, atrevida!—Falou ele ainda segurando o braço dela e apertando. Mas ele não deu tempo dela falar nada, pegou-a bruscamente, jogando-a para cima do ombro, sob os olhares curiosos, mesmo ela se debatendo. Ele foi descendo a avenida com ela no ombro, passou a recepção do hotel com ela gritando, esperneando feito uma criança birrenta. Entrou no elevador, e quando chegou ao corredor do andar em que ele estava hospedado, viu a camareira acabando de sair do seu quarto, e sob o olhar assustado dela, ele atravessou a porta fechando-a com o pé.
                Do outro lado da cidade, no posto de saúde da prefeitura, havia um tumulto.
                A noticia de que o doutor Renan havia sido assassinado, estrangulado começou a se espalhar pela cidade.
                Doutor Renan foi encontrado estrangulado com uma rosa negra na boca, dentro do carro.

                -- Não me chame de atrevida!—Gritou ela tentando sair da cama, mas ele a dominou com o peso do seu corpo, imobilizando as suas mãos.
                -- Eu te chamo do jeito que eu quiser! Atrevida! Sabe do que você precisa? Você precisa de um homem!
               -- Me larga! Vou te denunciar a policia e o que não vai faltar é testemunhas, pois muitos viram você me trazer a força para esse quarto. Vou te acusar de estupro!
              -- Estou morrendo de medo.—Disse ele ainda de óculos escuros, com a boca bem próxima da dela.
               Em certo momento, ela conseguiu libertar um braço das mãos dele, e arrancou os óculos escuros do rosto de Jacob, atirando-o para longe. Então ela viu os seus olhos...
               -- Gostou da cor dos meus olhos, atrevida?
               -- Você não é da cidade, quem é você, de onde veio?
               Ela mordeu o lábio, esperando ansiosamente que ele respondesse. Aquele homem a perturbava, ele mexia com o seu corpo, ele mexia com os seus nervos!
              O cheiro da pele dela, misturado com o cheiro do perfume que ela usava, deixou-o excitado e desesperadamente ansioso para beija-la. Jacob odiou a si próprio por estar querendo beijar aquela mulher que nem conhecia direito, mesmo ela sendo linda, maravilhosamente linda,  ela não passava de um chata e atrevida!
             --  Você quer um beijo meu, não quer? Eu sei que quer!
             -- Prefiro beijar um sapo a beijar você!
             -- Mentira! Além de atrevida é mentirosa também. – Disse ele com um sorriso que ela achou encantador.
             Devo estar louca, meu Deus, eu quero os beijos desse homem! Eu não estou bem, com certeza eu não estou bem.
             -- Mas eu não vou beija-la. Só vou beija-la novamente, quando você assumir que quer os meus beijos. Vai ter que me pedir para beija-la, atrevida.—Disse ele saindo de cima dela.
             -- Nunca!—Bufou ela saindo da cama.—Vá para o inferno!
            Galena saiu batendo a porta com toda força!
             Jacob desatou a rir.

             O detetive Vanderlei, não pode esconder a sua frustação, por não ter encontrado absolutamente nada dentro do carro, que o levasse ao assassino do doutor Renan. O assassino havia deixado apenas a rosa negra, enfiada na boca do medico. Não havia levado absolutamente nada. O dinheiro que o médico tinha  na carteira, estava intacto!
             Aquela rosa negra não havia sido comprada em nenhuma floricultura ali da cidade, pois nenhuma delas tinha rosa negra para vender.
              -- O meu marido era um homem tão bom! Não fazia mal a ninguém, só salvava vidas.—Dizia Diná, a esposa dele.
              Ela estava no velório, ao lado do caixão. A filha Alice estava mais afastada... Parecia que Alice queria ficar o mais longe possível da mãe.
              Depois do enterro, ela saiu na frente, deixando a mãe para trás. Voltou para a casa sozinha e se trancou no quarto. Ela chorou o máximo que pode Só saiu do quarto, quando a empregada disse que o detetive Vanderlei estava lá embaixo e que queria falar com ela.
              -- Será que eu posso fazer alguma perguntas a você, Alice.—Perguntou ele com as mãos enfiadas no bolso da calça.
              Vanderlei era um homem bonito, alto, loiro de olhos esverdeados. Mesmo triste e abatida, Alice percebeu isso.
               Alice também era uma mulher bonita. Era baixa, cabelos negros e olhos cor de mel.
               Ela fez que sim com a cabeça sem dizer nada.
               -- Você... Sabe me dizer se o seu pai tinha algum inimigo?
                -- Não. Papai era um homem bom.—A voz dela saiu fraca, quase num sussurro.—Ele só ajudava as pessoas... Eu acredito que quem o matou, o matou apenas pelo prazer de tirar uma vida...
                -- Ele e sua mãe se davam bem? Era um casal feliz?
                Ela olhou nos olhos de Vanderlei. Quando falou a sua voz saiu quase num sussurro.
                -- Está insinuando que a minha mãe pode ter matado o meu pai, detetive?
                 -- Eu não estou dizendo isso.
                 -- Então por que fez essa pergunta?
                 -- É o meu dever, senhorita. Muito obrigado por me ceder um pouco do seu tempo.
                 Depois que o detetive Vanderlei, foi embora, Alice continuou na sala, esperando pela mãe, que por sinal demorava muito. Diná chegou com uma terrível dor de cabeça.
                  -- Por que veio na frente? Você quase nem esperou enterrar o seu pai...
                  -- Não adiantava eu continuar lá, ele já esta morto mesmo!—Disse Alice com uma frieza que chocou Diná.
                 -- Você é a culpada, a única culpada pela morte do seu pai!
               -- Meu pai foi assassinado, o que eu tenho a ver com isso?
               -- Será que não tem mesmo?
               -- O que é isso, mamãe, está insinuando que eu matei o meu pai?
               -- Você não, mas o seu amante!
               -- Ficou louca? Ricardo nunca mataria papai!
               -- Seu pai era contra o namoro de vocês dois, porque ele sabia que Ricardo estava de olho só no nosso dinheiro!
               -- Ricardo não está de olho no nosso dinheiro, ele me ama, ele nunca mataria o meu pai!—Gritou ela, olhando para a mãe com uma fúria assassina.



Capitulo 08
         Ricardo estava atirado no sofá, quando seu pai chegou do enterro.
        -- Como foi lá?
        -- Como você acha que é num enterro? Só tem choro, tristeza. Eu ainda acho que você deveria ter ido.—Disse Natanael olhando para o filho.
        -- Doutor Renan nunca gostou de mim. Sempre pensou que eu estava com a filha dele, por causa de dinheiro. Para ser sincero, pai, eu não sei porque o senhor foi nesse maldito enterro. Vocês nem amigos mais eram.
        -- Mas fomos quando éramos jovens, filho. Eu, António, Renan e Olavo.
        -- Não havia outro também? Qual era mesmo o nome dele?
        -- Não quero nem lembrar daquele sujeito, tão pouco falar o nome dele.—Disse Natanael.
        -- Com a morte do doutor Renan, agora tudo vai ficar mais fácil entre eu e Alice. Essa pessoa que matou ele, sem querer me fez um grande favor!
        Natanael arregalou os olhos diante do comentário do filho.
        -- Ricardo, você não matou Renan, matou?
        -- Não vou negar que estou aliviado com a morte dele, mas matar? Não, eu acho que não! Eu não mataria ninguém.

           Na manhã do dia seguinte, Jacob decidiu sair cedo, ia até a fazenda Canela-de-ema. Já era hora dele voltar aquele lugar. Tinha sido feliz ali, apesar de ter sido naquele lugar que seus pais e suas irmãs perderam a vida cruelmente.
          Claro que seria difícil olhar para a filha do homem que havia acabado com a sua família. Ele tinha ficado com tudo que era da sua família, e agora tudo estava com a sua filha.
          Mesmo sabendo que a filha dele não tinha culpa, mesmo assim ele a odiava. A vontade de Jacob, era o de fazê-la pagar, por todos os pecados que o pai dela havia cometido. Lembrar que aquele homem era seu tio, lhe dava náuseas...
          Antes de sair, Jacob decidiu que precisava de um café, um café bem preto para começar o dia e chegar até a fazenda canela-de-ema. Decidiu tomar essa xicara de café no mesmo café bar em que ele estava, quando a atrevida o encontrou.
          Galena estava tomando o café da manhã do lado de fora, quando viu o carro passar pela porteira. Quem podia ser àquela hora?
          Ela saiu da mesa, curiosa para saber quem seria.
          Jacob saiu do carro de óculos escuros, calça jeans e camisa azul, aberta do peito. Galena esfregou os olhos como se fosse uma criança, achando que a sua visão estava lhe pregando uma peça. Mas não estava, era aquele grosso, todo viril caminhando em sua direção. O que ele queria ali? Teria ido pertuba-la, era isso!
           -- O que você está fazendo aqui?—Perguntou ele surpreso. Afinal a atrevida era a ultima pessoa que ele esperava ver em canela-de-ema.
                -- Como o que eu estou fazendo aqui! Eu sou a dona da fazenda!
                -- Você é... Galena Collins?—Perguntou ele sem acreditar no que acabara de descobrir. --- Você é Galena Collins?
                -- Claro. Como você me encontrou aqui, se nem sabia o meu nome?—Indagou Galena achando aquilo tudo estranho.
               -- Eu não vi procurar você.
               -- Se não me veio procurar, então o que veio fazer aqui?
               Silêncio.
               Eles ficaram olhando um nos olhos do outro por um longo tempo.
               Ele é bonito demais. Quem pode ser ele? Nenhum homem me perturbou tanto quanto ele.
                    Eu não posso deseja-la, eu tenho que odiá-la! É isso! Eu a odeio! Ela é filha do homem e da mulher que matou toda a minha família!.
               Ele chegou bem perto dela, e apertou de leve o seio direito dela. Antes quando um homem fizesse isso com Galena Collins, ela simplesmente lhe dava uma joelhada no meio das pernas. Mas aquele ali, com certeza a tinha enfeitiçado. E o feitiço vinha através dos olhos azuis dele.
               A lembrança que o seu pai havia matado a sua mãe e depois se matado por causa de um homem de olhos azuis, veio a sua mente. Mas a lembrança foi embora, a caricia daquela mão forte sobre o seu seio não deixava aquela lembrança continuar. Ela fechou os olhos, mas então ele parou, e saindo correndo em direção ao carro, deixando ela sem entender nada.
                 -- Você ainda não me disse o seu nome!—Gritou ela.
               Mas ele já entrava no carro, deu ré e atravessou a porteira em alta velocidade.

                Diná marcou o encontro com o detetive Vanderlei na praia. Queria conversar com ele bem longe da filha. Para Diná não havia a menor dúvida de que o namorado da filha havia matado o seu marido.
                 Diná era uma mulher bonita de quarenta e poucos anos.
                 -- Eu te agradeço por ter vindo, detetive.
                 -- Vanderlei... Chame-me de Vanderlei.
                 -- E você pode me chamar de Diná. – Disse ela com um sorriso. – A verdade, Vanderlei, é que eu acho que sei quem matou o meu marido.
                 -- A senhora sabe? Quem?
                 -- Ricardo. O namorado dela.









Capitulo 09

     Já estava anoitecendo quando Galena chegou no hotel. Ela havia passado o dia todo pensando em Jacob. Ela precisava saber o nome daquele homem!
        A recepcionista do hotel com certeza não ia lhe negar essa informação.
        No começo a moça que estava na recepção não queria dar nenhuma informação.
        -- É muito simples, minha querida, eu só quero saber o nome do homem que está hospedado no quarto 501. – Disse Galena tirando da bolsa uma nota de cem reais e exibindo para ela.
         -- Jonas... Jonas Cadore!
         Jonas Cadore?
         Galena deu um passo para trás. Os olhos! Sim, os olhos! Ela conhecia aqueles olhos! Ela tinha apenas dez anos, mas a lembrança daqueles olhos nunca deixou os seus pensamentos. O amante de sua mãe! Ele era o amante de sua mãe! Os empregados da fazenda, seu pai, e até a sua mãe o chamavam de JC.
         Galena fechou os olhos, sentindo um ódio violento envolve-la. A recepcionista perguntou se ela estava se sentindo bem. Não, ela não estava bem. Como ela estaria bem se havia acabado de descobrir que o único homem que havia lhe despertado, desejo, paixão, foi amante de sua mãe no passado, o culpado pelo pai ter matado sua mãe depois ter se  matado?
           O desejo seria deixado de lado, desejo, paixão, o amor, o que ela sentisse por ele ela mandaria para o inferno. A vingança em primeiro lugar! E foi pensando nisso que ela saiu correndo. Foi até o carro! Ela tremia! Ele tinha seduzido a mãe, e agora queria seduzir a filha.
           Ela abriu a porta do carro, mas não para ir embora, e sim para pegar um revólver que estava no porta luvas!
           Ela colocou a arma dentro da bolsa e voltou para o hotel!

           Michel disse para Célia, a babá, que ia para o quarto.
           -- Subo em dez minutos, Michel.—Disse Célia indo para a cozinha tomar um remédio para a pressão arterial.
           O garoto estava triste. Entrou no quarto e trancou a porta. Jogou-se sobre a cama e começou a chorar. Há vários dias que o garoto sonhava com o pai, pois sua mãe gostava dele, mas pensava mais só em cuidar da fazenda.
            Tudo estava em silêncio naquele momento. Michel só ouvia o som de sua respiração acelerada. De repente o quarto mergulhou na mais completa escuridão. Não só o quarto, mas toda a fazenda... Acontecia um apagão naquele momento. No escuro o garoto entrou em desespero e começou a gritar.
            A lanterna! Michel lembrou da lanterna? Mas em que parte do quarto ela estava? Como encontra-la naquele escuro? Michel tateou no escuro até o seu armário. Na gaveta, bem lá no fundo ele escondia uma caixa de fosforo! Sua mão encontrou-a, ele riscou um palito. Riscou outro tentando clarear o quarto para encontrar a lanterna. O fogo chegou até o dedo dele, ele deu um grito jogando o palito para o lado. Riscou outro, e a mesma coisa aconteceu e ele jogou o palito o lado.
               O que Michel não percebeu foi que um dos palitos não havia se apagado e o colchão começava a pegar fogo!
               Ele riscou outro, lembrando que a lanterna estava no meio de seus brinquedos. Mas o que ele não percebeu a sua frente devido ao escuro foi o skate, Michel tropeçou nele e foi ao chão! Mas antes de cair totalmente no chão, a sua cabeça bateu na beirada da cama e ele perdeu os sentidos.
               Enquanto isso, o fogo começou a crescer sobre o colchão, ao mesmo tempo em que Célia, a babá esmurrava a porta chamando pelo garoto. A energia elétrica  voltava naquele momento.

               Um carro atravessou o portão da fazenda, com os faróis altos... Ele tinha pensando muito antes de ir até ali.
               Por fim, ele disse para si mesmo que era isso que ele tinha que fazer!

              No hotel, Galena bateu na porta do quarto em que Jacob estava. Bateu de novo, ele não apareceu para abrir. Com certeza ele devia estar tomando banho... Bateu de novo, desta vez com mais força!
              Ou esta tomando banho, ou está na cama com alguma vadia! Meus  Deus, como eu fui interessar por um homem desses? Ele é o meu maior inimigo! Eu vou acabar com ele, eu tenho que acabar com ele. Eu  não vou deixar o que eu estou sentindo por ele, se mais forte que o meu ódio!

             Célia começou a sentir cheiro de fumaça vindo do quarto do menino, e entrou em desespero! Ela saiu gritando, chamando pela governanta dona Neusa. Quando ela  voltou para o andar de cima, a fumaça já havia passado por debaixo da porta e havia chegado no corredor.
             Michel continuava no quarto, ainda inconsciente, com o fogo bem próximo dele e o quarto envolvido pela fumaça.

             Ele saiu do carro, jurando que sentia cheiro de fumaça. O que ele diria para ela? Que desculpa ele daria para ela por estar ali?
             Foi então que ele viu, um clarão vindo de um dos cômodos da casa do andar de cima.
             Pouco depois os gritos de Célia e Neusa chegaram até ele!


 Número de páginas: 167 

Edição: 1(2014) 

Formato: A5 148x210 

Coloração: Preto e branco 

Acabamento: Brochura c/ orelha 

Tipo de papel: Offset 75g

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