Alguns capitulo do livro a "Última noite"
22 de janeiro de 1974...
Brasil...
23 de fevereiro de 1988...
Brasil....
22 de
março de 2005... Brasil...
Edição: 1(2014)
Formato: A5 148x210
Coloração: Preto e branco
Acabamento: Brochura c/ orelha
Tipo de papel: Offset 75g
Copyright © 2014por
Márcio Lopes Marinho
Todos os direitos
reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida, por
qualquer forma ou meio, seja ele mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação,
etc., tampouco apropriada ou estocada em sistema de banco de dados, sem
expressa autorização do Autor (Lei 9.610/98).
Esta é uma obra de
ficção. Os fatos aqui narrados são produtos da imaginação do autor, sem
compromisso com a realidade.
1ª Impressão – 2014
Este livro adota as
regras do novo acordo ortográfico (2009
E Deus chamou à luz Dia; e às
trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.
Gênesis 1:5
Trecho do livro
--
Atrevida!—Disse ele antes de esmagar a boca dela com um beijo. Galena começou a
se debater, a soca-lo, mas a língua dele arrombava a sua boca, enquanto que as
mãos dele apertavam os seus seios, acariciava a sua pele... – Você tem que
aprender a ser mais educada com os outros, atrevida. —Disse ele saindo de cima
dela.
Galena fixou nele aqueles olhos de
turquesa gélidos e penetrantes, vendo o se afastar, entrar no carro e deixa-la
ali, chutando a própria sombra de tanta raiva.
Livros escritos pelo autor
As joias são para Rosa (Publicado pela editora Multifoco)
As gêmeas devem morrer (Clube de autores)
Os pecados da outra (Clube de autores)
Alguém espia você
(Clube de autores)
Capitulo 01
22 de janeiro de 1974...
Brasil...
A chuva com
granizo começou a cair pouco depois da meia noite. Ventos de até 128,5,
quilômetros por hora atingiram a linda cidade litorânea Paraiso Dos Ventos. As fortes rajadas de
ventos provocaram quedas de árvores, muros e de fios elétricos deixando muitas
casas sem energia.
Os cinco homens de aproximadamente
vinte anos cada um, aproveitaram aquela fúria da natureza, para invadir a
fazenda Canela-de-ema.
A família Collins havia deitado mais
cedo naquele dia, devido à violenta tempestade e a falta de luz... Derek e sua esposa Anne se recolheram mais cedo do que as
filhas, a não ser o menor Jacob Collins que já havia deitado e dormia como um
anjo, esparramado em sua cama no seu quarto.
Jacob estava com cinco anos, era um
garoto atrevidamente bonito, de olhos azuis e uma vasta cabeleireira negra. Ele
era o filho mais novo de Derek e Anne.
Derek e Anne tinham vindo para o
Brasil logo que se casaram. Pois Derek havia herdado a fazenda da avó materna.
Eles tinham quatro filhos. Três
meninas e um menino.
Gisele tinha dezoito anos...
Julia dezessete anos...
Giovana quinze anos.
E o pequeno Jacob de cinco anos.
Elas eram umas belas moças. Eram
educadas, ajudavam a mãe com prazer nos afazeres da casa, enquanto o pai
cuidava da fazenda junto com os outros empregados.
Quando ficou grávida de Jacob, Anne
teve que ficar de repouso a gravidez inteira, pois ela já havia passado dos
quarenta e era uma gravidez de riscos. Mas graças a Deus, tudo correu bem.
Jacob nasceu com saúde, não acontecendo nada nem com ela nem com o bebê.
Já passava da meia noite, quando
Jacob acordou com gritos. Pareciam os gritos das irmãs e da mãe... Jacob pulou
da cama, sem se preocupar em calçar nada. Saiu descalço pelo corredor,
cuidadosamente para saber o que estava acontecendo...
Jacob chegou a tempo de ver o pai ser
baleado na cabeça, e seu corpo bater contra a parede num forte impacto! Os
relâmpagos iluminavam a sala, tornando o acontecimento ainda mais sinistro.
Ele sufocou um grito que ameaçou
sair, tamanho era o medo, o pavor por ver aquela cena macabra se desenrolando
ali, diante dos seus olhinhos assustados.
A mãe foi a próxima a levar um tiro
na cabeça... Lá fora a chuva acabava com tudo, e lá dentro aqueles homens
acabava com a sua família.
Suas irmãs foram dominadas por
aqueles homens, e cada uma delas tiveram suas vestes rasgadas, e uma a uma foram
violentadas... Depois elas também foram brutalmente assassinadas!
As lagrimas desciam pelo rosto de
Jacob... Logo adiante, perto da porta, uma mulher assistia tudo... Quando outro
relâmpago clareou a sala, ele viu nitidamente as feições daquela mulher... Ele
a conhecia, assim como ele também conhecia aqueles homens...
Mas alguém chegou por trás do
pequeno Jacob, levando a mão a sua boca, evitando assim que ele gritasse!
Capitulo 02
23 de fevereiro de 1988...
Brasil....
A
alguma distância da casa grande, o homem puxou as rédeas do animal... Ele usava
chapéu e uma capa preta de chuva...
De onde ele estava, sobre o cavalo
dava para contemplar toda a fazenda, a sua fazenda! Canela-de-ema era a fazenda
mais linda da região... Ele era um homem rico!
Danilo Collins havia herdado tudo
depois da morte do irmão e de sua família. Mas o corpo do pequeno Jacob
Collins, nunca foi encontrado...
Danilo era feliz! Ele tinha uma
linda mulher e uma filha de dez anos que parecia uma boneca de tão bonita que
era... Danilo Collins se considerava o homem mais sortudo da face da terra...
A mulher estava debaixo do homem,
sendo penetrada por ele. Ele tinha dezoito anos, e ela já havia passado dos
trinta. Ela sentia com prazer os testículos dele baterem contra os seus pelos
pubianos enquanto ele socava vigorosamente...
Larissa Collins, esposa de Danilo
Collins, estava a ponto de ter um orgasmo debaixo do corpo do jovem amante!
Larissa havia trancado a filha no
quarto, para que ela não atrapalhasse aqueles momentos maravilhosos...
No quarto ao lado, Galena
chorando sobre a cama, ouvia o ranger da cama onde sua mãe fazia sacanagens com
o amante. Ela sabia que a mãe tinha um amante, mas nunca se atreveu a contar ao
pai. Ele nunca acreditaria nela, e ainda lhe daria uma surra de borracha.
Ela o tinha visto apenas uma vez
entrar na casa... Ele tinha os olhos azuis... E cabelos pretos...
Pobre
papai. Ele não merece o que ela está fazendo com ele, ele não merece. Mas o
culpado de tudo é o amante, ele enfeitiçou mamãe, com aquele par de olhos
azuis.
-- Isso, querido, isso! Não
pare, não pare! Oooiiiii... OOHHH!
Danilo já havia saltado do
cavalo e abria a porta... Faria uma surpresa para a sua linda esposa, chegaria
sem fazer barulho...
Do seu quarto, Galena ouviu os
passos do pai e ficou apavorada! Os dois amantes estavam envolvidos demais um
com o outro para ouvirem aqueles passos...
Papai
vai pegar os dois! Deus não deixe que isso aconteça, não deixe!
Mas Danilo já tinha aberto a
porta do quarto... Ele pode ver a sua esposa se contorcer de prazer debaixo do
corpo atlético do rapaz... As pernas dela estavam sobre os ombros dele, e ele
socava com tanta força, que Danilo pode ouvir os testículos dele baterem contra
os pelos pubianos de sua mulher!
As lagrimas começaram deslizar
pelo rosto do marido traído... Ele fechou a porta silenciosamente... Desceu as
escadas e entrou na biblioteca. Puxou a gaveta da escrivania e sua mão pousou
sobre o revólver que ele guardava ali... Mas seus olhos pousaram sobre uma
carta ali na mesa, e sentindo se atraído por ela largou por alguns momentos o
revolver, e tirou o papel de dentro do envelope para ver do que se tratava... A
medida que ele ia lendo, a surpresa ia se estampando em seu rosto... Danilo não
era um homem bonito, mas também não era feio totalmente...
Ele subiu as escadas bem lentamente, talvez
para adiar um pouco do que ia acontecer... Desta vez ele não abriu a porta
devagar, mas bruscamente e já foi disparando vários tiros em direção à cama...
Três pegaram nas costas de
Larissa que estava debruço... Estava saciada, realizada com aquele amante
vigoroso... Os outros pegaram... Na parede! O amante de Larissa Collins não
estava mais ali. Por um espelho, a primeira vez que Danilo abrira a porta, o
rapaz o vira, enquanto se movia sobre Larissa. Já imaginando o que ele ia
fazer, ele explodiu dentro da amante e depois disse que ia ao banheiro. Mas ele
saiu pela janela, desceu por uma arvore que ficava próxima, enquanto Larissa estava
de olhos fechados, deitada de bruços...
-- Meu Deus!—Galena ouviu os
disparos no quarto ao lado... – Pai, pai!—Ela começou a gritar e a esmurrar a
porta!
Completamente dominado pela
raiva e pelo ódio, Danilo vasculhou todo o quarto a procura do amante de sua
esposa. Olhou nos armários, foi até o banheiro e não viu ninguém. Danilo encostou-se
à parede e começou a chorar, olhando para a esposa inerte na cama com três
furos nas costas.
Chorando, Danilo empurrou o cano da arma
para dentro da boca e apertou o gatilho!
Os olhos de Galena se arregalaram de
choque, quando ouviu o outro disparo!
Capitulo 03
22 de
março de 2005... Brasil...
Doutor
Renan Pontes estava com cinquenta e um anos. Era um médico bem sucedido na
cidade de Paraiso Dos Ventos. Havia se formado no Rio de Janeiro, mas voltara
para Paraiso Dos Ventos para exercer a sua profissão ali. Doutor Renan era
querido por todos ali, era considerado um dos melhores cardiologistas da
cidade. Bonito e atencioso com todos, ele trabalhava em seu consultório
particular, na clinica e atendia no posto de saúde da prefeitura também.
Era casado com Diná, uma mulher que
no passado havia sido uma modelo de sucesso. Com ela Renan tinha uma filha de
vinte anos, chamada Alice.
Passava da meia noite quando ele
chegou da clinica. Havia saído a poucas horas de uma cirurgia. Ele precisava de
uma boa noite de sono. Ele entrou no quarto, sem fazer barulho para não acordar
a esposa que já estava ferrada no sono.
Tomou um banho. Colocou um roupão e
foi à cozinha comer alguma coisa. Comeu uma maça e tomou um copo de leite.
Havia uma torta de frango na geladeira, mas estava tarde para comê-la. Quando
voltou para o quarto, percebeu que o seu celular vibrava. Pensando ser da
clinica, ele decidiu atender, mas ao ver
no visor descobriu que era chamada não identificada.
Uma chamada não identificada há
essa hora? Geralmente Renan não atendia, mas a curiosidade foi mais forte, e
ele então atendeu:
-- Pronto! Com quem eu estou
falando?
-- Seus dias estão contados, seu
verme miserável!
-- Alô, quem está falando?
-- Você vai morrer! O mundo vai
acabar para você, Renan Pontes.
-- Olha aqui, seja quem for eu
não tenho medo de suas ameaças...
A pessoa usava um destorcedor de
voz, portanto não dava para Renan dizer se era um homem ou uma mulher...
O médico estava com o coração
disparado.
Jacob Collins despertou com o
sol entrando pela janela. Apenas de cueca ele caminhou até a janela, se
espreguiçando diante do sol.
Estava em um hotel à beira de
estrada, dentro de uma hora ele chegaria a Paraiso Dos Ventos. Não era fácil
estar de volta, depois de tudo o que havia acontecido com os seus pais e suas
irmãs. Quantos anos? Trinta e um anos? Mas ele voltara ali depois disso. Ele
estava com dezoito anos quando voltou e começou a trabalhar na fazenda que
havia pertencido aos seus pais.
Canela-de-ema... Seu tio tinha herdado tudo! O único parente vivo na
época.
Aquela cena sinistra sempre
voltava a sua mente. Se não fosse Joana a sua baba, com certeza ele também
teria sido assassinado. Ela que tinha chegado por trás dele, e levado à mão na boca dele para que ele
não gritasse e o tirara dali, saindo com ele pela janela do quarto principal e
descendo a arvore que ficava próximo ao quarto. Toda vez que ele se lembrava
daquela carnificina, ele começava a chorar... E desta vez não foi diferente...
Aos dezessete anos, mesmo
contra a vontade de Joana, ele voltou a fazenda e começou a trabalhar lá para cuidar dos cavalos.
Larissa a mulher do tio,
não deixou o rapaz alto, musculoso passar despercebido. E era isso mesmo que
ele queria que a mulher do tio ficasse caída por ele. Seria uma vingança, uma
pequena vingança, mas seria.
Nunca passou pela cabeça de
Larissa que o garotão pelo qual ela estava loucamente apaixonada era aquele
menino de apenas cincos que havia desaparecido na noite em que a sua família
havia sido assassinada.
Danilo e Larissa passaram
anos e anos tentando saber do paradeiro do garoto, mas não para ajudar o menino
órfão e sim elimina-lo.
Jacob reconheceu muito
bem a mulher parada do outro lado da sala, vendo tudo acontecer e não fazendo
nada para impedir a tragédia. Danilo era um dos homens, e foi o próprio Danilo
que atirou no irmão e na cunhada, matando os dois.
O plano de Larissa era
acabar com todos da família, até com o garoto de cinco anos que não passava de
uma criança... Com todos mortos, Danilo herdaria tudo que o irmão tinha...
Afinal ele seria o único parente vivo. Mas eles não contavam que o garoto fosse
desaparecer misteriosamente, e passou esses anos todos com medo que a qualquer
hora ele aparecesse já crescido e reivindicasse a herança.
Jacob se apresentou na
fazenda como Jonas Cadore, com o apelido de JC. Não foi fácil para Jacob se
envolver com a mulher que havia sido a cabeça de todo o plano para matar a sua
família. E não era a primeira vez que ela traia o marido, já o havia traído
outras vezes...
A mulher estava debaixo de Jacob, sendo penetrada por ele.... Ela sentia
com prazer os testículos dele baterem contra os seus pelos pubianos,, enquanto
ele socava vigorosamente...
Larissa Collins, esposa de Danilo
Collins, estava a ponto de ter um orgasmo debaixo do corpo do jovem amante!
Larissa havia trancado a filha no
quarto, para que ela não atrapalhasse aqueles momentos maravilhosos...
No quarto ao lado, Galena
chorando sobre a cama, ouvia o ranger da cama onde sua mãe fazia sacanagens com
o amante. Ela sabia que a mãe tinha um amante, mas nunca se atreveu a contar ao
pai. Ele nunca acreditaria nela, e ainda lhe daria uma surra de borracha.
Ela o tinha visto apenas uma vez
entrar na casa... Ele tinha os olhos azuis... e cabelos pretos...
Pobre papai. Ele não
merece o que ela está fazendo com ele, ele não merece. Mas o culpado de tudo é
o amante, ele enfeitiçou mamãe, com aquele par de olhos azuis.
-- Isso, querido, isso! Não
pare, não pare! Oooiiiii... OOHHH!
Danilo já havia saltado
do cavalo e abria a porta... Faria uma surpresa para a sua linda esposa,
chegaria sem fazer barulho...
Do seu quarto, Galena ouviu os
passos do pai e ficou apavorada! Os dois amantes estavam envolvidos demais um
com o outro para ouvirem aqueles passos...
Papai vai pegar os dois! Deus
não deixe que isso aconteça, não deixe!
Mas Danilo já tinha aberto a
porta do quarto... Ele pode ver a sua esposa se contorcer de prazer debaixo do
corpo atlético de Jacob... As pernas dela estavam sobre os ombros dele, e ele
socava com tanta força, que Danilo pode ouvir os testículos dele baterem contra
os pelos pubianos de sua mulher! Pelo
espelho, Jacob viu a porta entreaberta e o seu tio assistindo tudo
silenciosamente.
Assim que Danilo fechou a
porta, Jacob soltou o gozo e ela explodiu junto com ele.
-- Vou ao banheiro.—Disse ele.
Mas ele não entrou no banheiro. Larissa estava de bruços, de olhos fechados.
Ele tinha saciado muito bem a vadia... Ele pulou a janela, desceu pela mesma
arvore que Joana havia descido com ele na noite trágica.
Danilo desceu as escadas. e
entrou na biblioteca. Puxou a gaveta da escrivania e sua mão pousou sobre o
revólver que ele guardava ali... Mas seus olhos pousaram sobre uma carta ali na
mesa. Largou por alguns momentos o revolver e tirou o papel de dentro do
envelope para ver do que se tratava... A medida que ele ia lendo, a surpresa ia
se estampando em seu rosto... Danilo não era um homem bonito, mas também não
era feio totalmente...
“Querido tio, lembra de mim Jacob Collins? Com certeza quando acabar de
ler essa carta, eu já terei acabado de fazer amor com a sua mulher pela quarta
vez! Eu a tenho comido quase todas as noites aqui no estabulo. Ela espera você
dormir e vem me procurar feito uma cadela no cio. Eu monto nela, como esses
cavalos aqui que montam nas éguas. Eu tinha apenas cinco anos, mas eu me lembro
muito bem o que vocês fizeram com a minha família. Você é um assassino, a sua
esposa é uma assassina, e eu tenho pena da filha de vocês! Pobre coitada ser
criada por uma dupla que não vale nada. Eu te odeio, há como te odeio. Quero
que você e sua mulher vão para o inferno!”
Ele subiu as escadas bem
lentamente, talvez para adiar um pouco do que ia acontecer... Desta vez ele não
abriu a porta devagar, mas bruscamente e já foi disparando vários tiros em
direção a cama...
Três pegaram nas costas de
Larissa que estava de bruços... Estava saciada, realizada com aquele amante
vigoroso...
Seu tio estava morto e Larissa
também! Sua alma estava mais leve, os cabeça da morte de sua família estavam
debaixo de sete palmos...
Mas ele queria de volta o que era
seu: A fazenda Canela-de-ema e todos os bens de sua família. Mas tudo isso
agora estava nas mãos da filha de Danilo e Larissa...
Galena Collins era a dona de tudo!
Capitulo 04
Jacob
tomou um banho, colocou uma roupa e desceu para tomar o café da manhã. Ia
prosseguir viagem depois do almoço.
Mas enquanto Jacob tomava café no
hotel, um homem em outra mesa o observava.
Esse homem o vinha seguindo desde que
ele saiu do Rio de Janeiro. Mas Jacob Collins não havia notado. O homem quase
não tirava os olhos dele...
Jacob entrou no quarto, fechou a
porta. Levou um susto ao ver uma moça ali, em seu quarto. Então imediatamente
ele se lembrou dela, na noite anterior era ela que estava na recepção do hotel.
Mas ela não tinha o direito de entrar em seu quarto!
-- O que você está fazendo no meu
quarto?
O coração de Carina estava
disparado. Não que estivesse com medo de Jacob Collins, e sim por se sentir
perturbada por aquele homem másculo, que mexeu com todos os seus hormônios
quando ele entrou pela primeira vez no hotel.
Mas ela também estava com medo, medo
dele não acreditar nela.
-- Desculpe por eu ter invadido o
seu quarto, mas é que eu precisava muito falar com você.
-- Mas precisava invadir o meu
quarto? Que papo estranho, moça...
Carina tremia. Ela não sabia mais se era por causa da
beleza dele, do charme dele, ou se era pelo que ela tinha a dizer a ele.
-- Olha, eu vou chamar o gerente do hotel...
– Ele caminhou em direção à porta, odiando aquela invasão. Com certeza além de
recepcionista do hotel, era garota de programa também.
-- Não! Por favor, se fizer isso
eu posso perder o meu emprego...
-- Pensasse nisso antes de
invadir o meu quarto. —Disse ele olhando para a moça de cabelos negros e olhos
cor de mel. Era bonita, muito bonita, mas não tinha cara de quem fazia
programa.
-- Eu vim alerta-lo.
-- Alertar-me, sobre o que?
-- Acho que você ainda não
percebeu, mas você está sendo seguido.
-- Eu? Seguido?—Jacob deu uma risada.
—De onde você tirou essa ideia, moça?
-- Não acredita em mim? O nome
dele é Olavo Perez, pelo menos era esse o nome que estava no documento dele,
ele está hospedado no quarto em frente. Ele chegou pouco depois de você e quis
saber se tinha hospedado aqui um tal de Jonas Cadore. Eu disse que não sabia
que tinha acabado de assumir a recepção. E hoje quando você voltou do
restaurante, após tomar o café da manhã e entrou no elevador, ele te observava
a certa distância.
Pensativo, Jacob coçou a barba que
estava por fazer... Joana quando fugira com ele, achara melhor mudar o seu
nome, pois tinha medo que os assassinos dos seus pais o encontrassem. Depois de
contar toda a história para a patroa
bondosa já com cinco meses trabalhando na casa, Cândida Camargo conseguiu
um novo registro para Jacob com outro nome.
Será que os assassinos de sua
família, tinham descoberto ele?
-- Carina é o seu nome, não é?
-- Sim.
-- Vou ficar em alerta então. Eu não
sei quem pode ser, ou por qual motivo essa pessoa pode estar me seguindo, mas
eu vou ficar esperto. Obrigado. Imagino que você more em Paraiso Dos Ventos, é
a cidade mais próxima daqui.
-- Meu pai tem um sitio aqui perto, há
meia hora daqui. Mas todo final de semana eu vou a Paraiso Dos Ventos, minha
tia mora lá.
-- Vou ficar alguns dias na cidade,
mas só até eu comprar uma fazenda aqui por perto. Sabe se tem alguma fazenda a
venda aqui perto?
-- Que eu saiba não. Mas posso perguntar
para o meu pai. A fazenda mais linda da nossa região é a Canela-de-ema. Mas
essa a proprietária Galena Collins... Acho-a muito chata. -- É muito bonita a fazenda, mas já aconteceu
tanta tragédia lá. Uma família inteira foi assassinada, o tio dessa
proprietária Galena Collins. Ele, a esposa e as filhas... O garotinho de cinco
anos sumiu, a policia acredita que os assassinos o tenham levado. Depois o pai
de Galena pegou a esposa com um amante, matou ela e depois se matou. O amante
nunca mais souberam dele.
-- Me passa o seu telefone, depois eu
te ligo. Se você puder quando estiver de folga andar comigo para visitar
algumas fazendas, eu vou gostar muito.
Aqueles olhos azuis a deixavam
tonta, aquele rosto tão bonito, aquela boca, deixava Carina om as mãos suadas e
o corpo em chamas...
Ela deu o numero do seu telefone
para ele, e depois deixou o quarto. Mas a vontade dela era de ficar, e deitar
naquela cama com ele.
À distância, Michel observava a
mãe sobre o cavalo, junto com os peões conduzir as vacas para o curral.
Michel tinha orgulho da mãe. Ela
era uma mulher bonita, atraente e comandava a fazenda com mãos de ferro. Era
considerada a maior fazendeira da região... Havia ficado órfã com dez anos, e
até completar maior idade, todos os bens ficaram nas mãos do advogado do seu
pai e ela foi enviada para um colégio interno na Suíça.
Galena cresceu pensando em
vingança, nunca se esqueceria do amante de sua mãe. Por causa dele, o seu pai
havia matado a sua mãe e depois se matado.
Quando ganhou maior idade, o
advogado do pai passou todos os bens para o nome dela. Foi a partir dai, que
Galena teve a certeza que encontraria o amante da mãe nem que fosse ao inferno!
Sobre o cavalo, usando um
chapéu de cowboy Galena estava
perturbadoramente sexy, provocante. Seus cabelos eram de um loiro bem claro, o
rosto delicado. Mas os seus olhos de turquesa, às vezes pareciam cheios de
ódio, e isso sempre acontecia quando ela despertava o passado e o trazia de
volta...
Michel tinha cabelos negros e
olhos azuis. Não se parecia em nada com Galena. Com certeza ele era parecido
com o pai, que Galena nem sabia quem era. Não que ela houvesse se relacionado
com vários homens, ao contrario, ela não fora para a cama com nenhum. Ela
passou a sentir nojo pelos homens, depois que seu pai pegou a sua mãe na cama
com aquele miserável. Não, ela não era lésbica apesar de alguns homens da
cidade achar isso. Eles flertavam com ela, e muitas das vezes ela reagia dando
alguns tabefes no sujeito.
Com isso os homens passaram a
fugir dela como o diabo foge da cruz.
Mas Galena sempre teve o sonho
de ser mãe, ter um bebê, mas para isso ela precisava ter um homem... E só de
pensar nisso o seu estômago revirava. Foi pela internet que ela descobriu como
ser mãe, sem precisar se relacionar com um homem: Um banco de esperma
resolveria o seu problema, ou seja, o sêmen de um doador anônimo... Foi para o
Rio De Janeiro e na primeira tentativa ela ficou gravida. Foi a melhor coisa
que aconteceu em sua vida depois da morte dos seus pais. Michel era o seu
mundo, a sua luz, o seu tudo.
Ele adorava ver a sua mãe sobre
o cavalo, era linda demais, e seus colegas de escola diziam isso. E ele ficava
todo feliz. Mas às vezes uma figura masculina fazia falta, ele não tinha
coragem de dizer a mãe, mas fazia falta. Todos os seus colegas tinham mãe e pai,
e ele só tinha mãe e isso era uma tristeza. Há duas semanas o seu melhor
amiguinho falou que emprestava o seu pai para ele. Michel disse que não
precisava e naquela noite ele chorou sozinho na escuridão do seu quarto.
Galena saltou do cavalo e foi em
direção ao filho que abriu um largo sorriso. Ela o abraçou. Foram de mãos dadas
para a casa grande. Depois ela o deixou com a baba e subiu para o quarto.
-- Falta pouco para ele chegar a Paraiso Dos
Ventos.—Disse Olavo Perez dentro do carro.
-- Ótimo.
-- Ainda não quer que eu faça
nada?
-- Ainda não.
Em seu quarto, preparando para
deixar o hotel, Jacob pegou o revolver na mala, certificou-se de que ele estava
carregado. Depois colocou na cintura sob a camisa.
Capitulo 05
Doutor
Renan ainda estava preocupado com o telefonema que havia recebido. Talvez nem
fosse necessário ficar preocupado, mas a verdade era que ele estava.
Ele não atendeu nenhum paciente naquele
dia, mandou que a sua secretaria desmarcasse todos. Estava agitado demais,
nervoso demais com aquele telefonema. Ele não tinha cabeça para trabalhar.
Galena estava almoçando com o filho
Michel, quando doutor António que foi
advogado do pai dela e que ficou cuidando dos negócios até ela completar a
maior idade e passar tudo para o seu nome chegou. António era um homem de cabelos grisalhos,
charmoso e viúvo.
Galena já havia notado os olhares
estranhos que António lançava para ela. O advogado já cinquentão estava
apaixonado por ela. Inúmeras vezes ele tentou criar coragem e dizer a ela, mas
no ultimo momento a coragem evaporava .
-- Já almoçou António?
-- Ainda não, Galena.
-- Sente-se, almoce com a gente.
Michel não gostava do advogado.
Odiava o jeito como ele olhava para a sua mãe. António tentou fazer um carinho
na cabeça dele antes de se sentar, mas o garoto se afastou bruscamente deixando
António sem graça. O advogado deu um risinho sem graça.
Assim que Michel terminou o almoço,
ele pediu licença e disse que ia para o seu quarto.
Melhor
assim, vou ficar alguns momentos sozinho com ela.
António pensou em se declarar para
ela naquele dia, mas novamente no ultimo momento lhe faltou coragem.
Pelo retrovisor Jacob percebeu que
estava sendo seguido. Mas graças a Carina, se não fosse ela, ele nunca
perceberia. O cara era ótimo em seguir as pessoas... O seu revólver estava ao
lado no banco de passageiros.
Paraiso Dos Ventos estava mais
linda do que nunca. Fazia tantos anos que ele não voltava ali. Passou pelo
centro da cidade, sentindo-se a garganta contrair, as emoções viam como uma
avalanche!
Jacob escolheu o melhor hotel da
cidade. Foi direto para o banheiro tomar banho. Saiu do banheiro enrolada em
uma tolha, com pingos de água pelo peito coberto de pelos.
Pegou o celular e fez uma ligação.
-- Joaninha, já cheguei a Paraiso Dos
Ventos. Estou aguardando por você, não demora muito não, ouviu?
Do outro lado da linha a senhora
já de sessenta anos deu uma risada. Ambos adoravam um ao outro . A baba tinha
sido um anjo de Deus que lhe salvou a vida.
Um chuvisco caia sobre o lugar
onde Joana estava, que era em uma fazenda no Pantanal
-- Semana que vem eu chego ai,
meu filho. Um abraço, eu estou morrendo de saudades, JC.
Joana passou a chama-lo assim.
Para os que não sabiam achavam que JC, era abreviação de Jonas Cadore, mas para
ela, e a mulher que havia sido sua
patroa e a família dela sabiam que era abreviação de Jacob Collins.
Joana desligou com um sorriso
estampando no rosto. Como uma cena de filme, o passado foi voltando em sua
mente... Anne a mãe de Jacob parecia que havia pressentido que alguma coisa
iria acontecer...
--
Joana, venha até aqui.—Pediu Anne duas semanas antes do massacre. Ela pegou
Joana pela mão e saiu com ela entrando no quarto.
Anne foi até o cofre e
pegou uma caixa. Colocou-a sobre a cama, sob olhar interrogativo de Joana.
Anne abriu-a. Havia varias
joias lá dentro.
-- Dona Anne!
-- Pertenceram a minha
mãe... Quero que você as guarde, que fique com você.
-- Mas por que isso, dona
Anne?—Perguntou Joana preocupada.
-- Temos essa fazenda, temos
outros bens também, mas de repente, sei lá podemos perder tudo, nunca se sabe
esse mundo da tantas voltas e eu não quero que os meus filhos fiquem sem nada
se eu e o meu marido chegarmos faltar. Eu confio em você, Joana, guarde essas
joias.
Lembrar-se
do que havia acontecido sempre fazia Joana chorar. Era como se Anne houvesse
tido um pressentimento de que algo horrível fosse acontecer.
Joana fugiu com Jacob e a caixa de joias
naquela noite sinistra. Como ela já havia morado em Uberaba quando era
adolescente ela foi para lá com ele.
Com o dinheiro que tinha, Joana alugou
uma casa. Não grande, mas era aconchegante. A caixa com as joias, ela achou
melhor cavar um buraco no cimentado do terreiro e enterrar ela, para depois
jogar cimento por cima.
Arrumou um emprego de doméstica. A
patroa era um amor, e deixava que Joana levasse Jacob com ela todos os dias. A
patroa tinha um casal de filhos e Jacob cresceu no meio deles.
Ela conseguiu criar o garoto até os
dezoito anos, só com o seu trabalho, sem usar uma joia. Quando ele completou
dezoito anos, ela foi até o quintal, cavou e pegou as joias.
Jacob era um rapaz ajuizado, era o
momento de ele saber que aquelas joias existia...
Quando Joana abriu a caixa com as
joias diante do belo rosto dele, os olhos dele se iluminaram numa surpresa
agradável. Joana contou o que a mãe dele havia pedido, e as lagrimas começaram
a descer pelo rosto do rapaz.
Com a venda das joias, deu para ele
comprar uma fazenda, e ainda sobrou para ele investir nela, começando uma
criação de gado para abate.
Mesmo tendo se tornado um homem
rico, Jacob queria a fazenda Canela-de-ema de volta e todos os bens que haviam
pertencido aos seus pais.
Jacob colocou uma roupa e ligou para
Carina.
-- Carina, tudo bem, sou eu JC.
-- JC, que bom que ligou.—Disse ela
sentindo o coração disparar do outro lado da linha na recepção do hotel.—Você
chegou bem? O cara também deixou o hotel assim que você saiu.
-- Ele me seguiu até aqui.
Será
que ele está ouvindo as batidas do meu coração, meu Deus?
-- Você não tem ideia porque ele
está te seguindo?
-- Não tenho.
-- Seu eu fosse você procurava a
polícia. Procure o delegado ai da cidade, pode ser alguém querendo te
sequestrar para depois exigir resgate.
-- É, vou ver o que eu faço. Ate
mais, um abraço.
-- Outro, JC. Ah, perguntei ao meu
pai se ele sabe se tem alguma fazenda pela redondeza para vender. Ele ficou de
ver com alguns amigos dele.
-- Obrigado.
Naquele final de tarde, doutor Renan
tinha que atender no posto da prefeitura da cidade. Tinha dez pacientes
marcados para aquele final de tarde. Cumprimentou a todos na recepção quando
entrou e foi direto para a sua sala.
Fechou a porta, e quando olhou para a
sua mesa, estremeceu: Havia uma rosa negra sobre ela. Sentiu um frio na
barriga, sua boca ficou seca e a respiração acelerada!
Quem teria deixado aquela rosa negra
sobre a sua mesa?
Seu celular começou a tocar, ele deu
um pulo para trás. O aparelho estava em seu bolso.
Número
não identificado.
Mas ele precisava atender! O medo e ao
mesmo tempo a curiosidade, obrigava-o atender.
-- Alô—Falou ele prendendo a
respiração.
-- Recebeu a minha rosa, doutor
Renan? Rosa negra!
-- Quem é você? O que você quer?
O destorcedor de voz não deixava doutor Renan saber se era
um homem, ou uma mulher que falava.
-- Sabe qual o significado da rosa negra?
Significa: Separação, triste e morte.!
A ligação foi cortada e doutor Renan
entrou em desespero!
Capitulo 06
Depois
de acordar, após uma soneca à tarde, Jacob resolveu sair. Afastou-se da cidade,
e quando percebeu já estava na parte rural e já tinha entrado em uma estrada de
terra. Ali podia já ver vários gados pastando.
O ar do campo entrava pela janela, e
batia em seu rosto, agitando os seus cabelos, jogando algumas mechas em sua
testa.
Galena galopava pelo campo a procura de
uma vaca que havia se separado das outras e desaparecido. Ela há achou meia
hora depois de já a estar procurando, ela estava do outro lado da estrada, no
outro pasto que fazia parte das terras de outro fazendeiro.
Descobriu que a cerca estava caída,
tanto do lado de suas terras, como do lado das terras do outro fazendeiro. Ela
passou com o cavalo sobre a cerca caída e entrou na estrada para alcançar o
outro lado. E foi nesse momento que o carro surgiu na curva, fazendo o cavalo
se assustar e erguer as patas para cima, atirando Galena ao chão e saindo em
disparada...
Jacob Collins freou quase em cima de
Galena!
Ele desceu do carro, preocupado com a
mulher.
-- Você é louca? Como fica parada no
meio da estrada, sobre um cavalo? Como você está, se machucou, você está bem?
Ele tentou ajuda-la se levantar, mas ela
deu um safanão nele, puxando o braço bruscamente.
-- Você é que dirigia feito um louco,
seu idiota!—Ela levantou a cabeça e foi então que um pode ver o rosto um do
outro.
O belo rosto do homem a sua frente
deixou a tipo que hipnotizada... Aqueles belos olhos que pareciam querer
queima-la com a sua fúria, ao mesmo tempo parecia querer despi-la...
A beleza daquela mulher o perturbou.
Era uma beleza atrevida, ela toda era atrevida!
-- Olha aqui, eu vinha dirigido na
velocidade normal, você é que parecia uma pateta sobre o cavalo no meio da
estrada!
Ela bateu a poeira no corpo, rangendo
os dentes, com uma vontade louca de meter a mão na cara daquele sujeito.
Olhos azuis, pensou
ela, é o demônio em figura de homem bonito.
-- Você não se machucou?—Quis saber
ele preocupado, apesar de estar com uma raiva...
-- Eu estou ótima! Homens, homens, são
umas bostas, como eu os odeio!
-- Você é lésbica? Eu não posso
acreditar que uma mulher tão bonita como você seja lésbica!
A fúria de Galena estourou feita
panela de pressão, ela foi para acerta-lo no meio das pernas, mas nenhum dos
dois soube o que aconteceu. Ambos caíram no chão, sobre aquela poeira, ele
sobre ela. Ela deu um grito, o peso do corpo dele a esmagava contra a terra. O
contato do corpo dele, o peso do corpo dele, deixou Galena estranhamente excitada, coisa que ela nunca
havia sentido na vida. O cheiro daquele homem chegou até as suas narinas, loção
após barba...
-- Atrevida!—Disse ele antes de
esmagar a boca dela com um beijo. Galena começou a se debater, a soca-lo, mas a
língua dele arrombava a sua boca, enquanto que as mãos dele apertavam os seus
seios, acariciava a sua pele... – Você tem que aprender a ser mais educada com
os outros, atrevida.—Disse ele saindo de cima dela.
Galena fixou nele aqueles olhos de
turquesa gélidos e penetrantes, vendo o se afastar, entrar no carro e deixa-la
ali, chutando a própria sombra de tanta raiva.
Galena teve que voltar para a fazenda
de a pé, pois não viu nem sinal do cavalo. Mas enquanto caminhava ela pensava
naquele homem perturbador de olhos azuis. Uma coisa ela não podia negar, o
danado era bonito. Bonito, cínico, presunçoso.
Ai
que vontade de enforca-lo! Eu odeio esse homem, nojento, asqueroso!
Então ela lembrou que não havia
sentido nojo e nem repulsa quando ele a beijou. Por isso ela o odiou ainda
mais, e chutou a terra praguejando.
Uberaba...
Ela
tinha acabado de chegar de viagem, e a primeira coisa que fez foi perguntar por
Jacob.
-- Tem notícia de JC e de Joana,
mamãe?—Perguntou Melissa Camargo para a mãe Cândida Camargo.
-- No momento JC não está no
Pantanal. Foi para Paraiso dos Ventos, Disse Cândida lendo o jornal da tarde.
-- Ah tá!
-- Melissa, esqueça JC. Ele não
ama você, e com toda razão, minha filha, você é muito ciumenta. O rapaz não
podia olhar para os lados que você falava que ele estava procurando mulher.
Cândida e o marido adoravam
Jacob, eles sabiam que ele tinha vivido um calvário na época em que namorava a
filha deles.
Melissa nasceu três anos depois
de Joana chegar à mansão dos Camargo com Jacob. E mesmo depois dele ter
comprado à fazenda no pantanal e tendo se mudado para lá com Joana, eles e a
família Camargo se viam sempre. Cândida ia sempre com o marido e as crianças
para lá.
Quando ela completou quinze
anos, ela e Jacob começaram a namorar, mas se Jacob pudesse adivinhar como ela
era ciumenta, nunca teria começado aquele namoro.
Melissa era uma mulher extraordinária. Era
gente fina, linda. Tinha cabelos negros e olhos azuis como os de Jacob. Mas era
ciumenta demais, demais.
-- Mãe, eu vou atrás do
JC.—Falou ela sem rodeios.
-- Será que essa viagem não
adiantou nada, filha?—Perguntou Cândida, deixando o jornal de lado e encarando
a filha.
-- Não, mãe, não adiantou. Eu
amo ele, eu mudei, sou outra, eu vou fazê-lo muito feliz.
Já era noite, quando Doutor
Renan deixou o posto de saúde da prefeitura de Paraiso Dos Ventos. Os carros
dos médicos que atendiam ali, ficavam na rua.
Ele entrou no carro com um
longo suspiro. Foi um milagre ele ter conseguido atender aquelas pessoas todas,
depois de ter encontrado aquela rosa negra em sua mesa e depois do telefonema
ameaçador...
Ele ia ligar o carro, quando
um movimento no banco de trás, sobressaltou-o. Ele foi para se virar e ver do que
se tratava, mas não conseguiu!
Um cordão foi passado em seu
pescoço, e ele começou a ser estrangulado!
Capitulo 07
Galena
abriu e fechou os olhos! Três horas da manhã e o sono não vinha. Aquele homem
invadia os seus pensamentos de uma forma que ela desconhecia. Quando fechava os
olhos, ela sentia o corpo forte dele esmagando o seu contra a terra. Abria os
olhos para que aquela imagem sumisse, mas quando voltava a fecha-los, era o
beijo perturbador que ele havia lhe dado que invadia os seus pensamentos. Que
homem era aquele? Ele não era da cidade, não devia ser! Ele era bonito demais
para passar despercebido...
Ela devia ter uns sessenta anos. Eram
três horas da manhã quando ela chegou a Paraiso Dos Anjos com o seu motorista
particular... Elegante, muito bem vestida, com os cabelos prateados, Romena Jordão era uma mulher
distinta.
-- O hotel está logo ali, dona Romena,
veja!—Disse Manfred, o seu motorista particular, de aproximadamente quarenta anos.
-- É nessa cidade, Manfred, é nessa
cidade que a minha filha está. Aquele detetive é muito competente, foi para
está cidade que aqueles malditos trouxeram a minha filha.
-- Vai falar para ela quem é a senhora?
-- Por enquanto não. Ela nem imagina
que foi roubada, quando criança.
Antes que o sol nascesse, Galena
pulou da cama. Realmente não havia conseguido dormir. Foi para o banheiro,
tomou um banho. Colocou uma calça jeans, uma blusa azul e um par de tênis.
Ela disse à babá que iria até a
cidade. Entrou na picape, com os pensamentos no homem que quase a havia
atropelado na estrada. Ela ia
encontra-lo, e ia dizer poucas e boas para ele. Aquele grosso, estupido! Como
ele se atrevia a atormentar os seus pensamentos, impedindo-a de dormir?
Galena entrou na cidade acima da velocidade... Poucos
minutos depois ela o viu, de óculos escuros, tomando café em um café bar do
lado de fora. Galena freou a picape bruscamente, assustando alguns pedrestes
que passavam.
Jacob se virou e a distância ele
viu a mulher descer da picape, resmungando e ir a sua direção.
Jacob a reconheceu e não pode
deixar de dar um sorriso. Galena foi avançando para cima de Jacob, tentando
arranhar-lhe o rosto, mas ele segurou o seu braço.
-- Ficou louca, atrevida!—Falou
ele ainda segurando o braço dela e apertando. Mas ele não deu tempo dela falar
nada, pegou-a bruscamente, jogando-a para cima do ombro, sob os olhares
curiosos, mesmo ela se debatendo. Ele foi descendo a avenida com ela no ombro,
passou a recepção do hotel com ela gritando, esperneando feito uma criança
birrenta. Entrou no elevador, e quando chegou ao corredor do andar em que ele
estava hospedado, viu a camareira acabando de sair do seu quarto, e sob o olhar
assustado dela, ele atravessou a porta fechando-a com o pé.
Do outro lado da cidade, no
posto de saúde da prefeitura, havia um tumulto.
A noticia de que o doutor Renan
havia sido assassinado, estrangulado começou a se espalhar pela cidade.
Doutor Renan foi encontrado
estrangulado com uma rosa negra na boca, dentro do carro.
-- Não me chame de
atrevida!—Gritou ela tentando sair da cama, mas ele a dominou com o peso do seu
corpo, imobilizando as suas mãos.
-- Eu te chamo do jeito que eu
quiser! Atrevida! Sabe do que você precisa? Você precisa de um homem!
-- Me larga! Vou te denunciar a
policia e o que não vai faltar é testemunhas, pois muitos viram você me trazer
a força para esse quarto. Vou te acusar de estupro!
-- Estou morrendo de medo.—Disse
ele ainda de óculos escuros, com a boca bem próxima da dela.
Em certo momento, ela conseguiu
libertar um braço das mãos dele, e arrancou os óculos escuros do rosto de
Jacob, atirando-o para longe. Então ela viu os seus olhos...
-- Gostou da cor dos meus olhos,
atrevida?
-- Você não é da cidade, quem é
você, de onde veio?
Ela mordeu o lábio, esperando
ansiosamente que ele respondesse. Aquele homem a perturbava, ele mexia com o
seu corpo, ele mexia com os seus nervos!
O cheiro da pele dela, misturado
com o cheiro do perfume que ela usava, deixou-o excitado e desesperadamente
ansioso para beija-la. Jacob odiou a si próprio por estar querendo beijar
aquela mulher que nem conhecia direito, mesmo ela sendo linda, maravilhosamente
linda, ela não passava de um chata e
atrevida!
--
Você quer um beijo meu, não quer? Eu sei que quer!
-- Prefiro beijar um sapo a beijar
você!
-- Mentira! Além de atrevida é
mentirosa também. – Disse ele com um sorriso que ela achou encantador.
Devo
estar louca, meu Deus, eu quero os beijos desse homem! Eu não estou bem, com
certeza eu não estou bem.
-- Mas eu não vou beija-la. Só vou
beija-la novamente, quando você assumir que quer os meus beijos. Vai ter que me
pedir para beija-la, atrevida.—Disse ele saindo de cima dela.
-- Nunca!—Bufou ela saindo da
cama.—Vá para o inferno!
Galena saiu batendo a porta com
toda força!
Jacob desatou a rir.
O detetive Vanderlei, não pode
esconder a sua frustação, por não ter encontrado absolutamente nada dentro do
carro, que o levasse ao assassino do doutor Renan. O assassino havia deixado
apenas a rosa negra, enfiada na boca do medico. Não havia levado absolutamente
nada. O dinheiro que o médico tinha na
carteira, estava intacto!
Aquela rosa negra não havia sido
comprada em nenhuma floricultura ali da cidade, pois nenhuma delas tinha rosa
negra para vender.
-- O meu marido era um homem tão
bom! Não fazia mal a ninguém, só salvava vidas.—Dizia Diná, a esposa dele.
Ela estava no velório, ao lado do
caixão. A filha Alice estava mais afastada... Parecia que Alice queria ficar o
mais longe possível da mãe.
Depois do enterro, ela saiu na
frente, deixando a mãe para trás. Voltou para a casa sozinha e se trancou no
quarto. Ela chorou o máximo que pode Só saiu do quarto, quando a empregada
disse que o detetive Vanderlei estava lá embaixo e que queria falar com ela.
-- Será que eu posso fazer alguma
perguntas a você, Alice.—Perguntou ele com as mãos enfiadas no bolso da calça.
Vanderlei era um homem bonito,
alto, loiro de olhos esverdeados. Mesmo triste e abatida, Alice percebeu isso.
Alice também era uma mulher
bonita. Era baixa, cabelos negros e olhos cor de mel.
Ela fez que sim com a cabeça sem
dizer nada.
-- Você... Sabe me dizer se o
seu pai tinha algum inimigo?
-- Não. Papai era um homem
bom.—A voz dela saiu fraca, quase num sussurro.—Ele só ajudava as pessoas... Eu
acredito que quem o matou, o matou apenas pelo prazer de tirar uma vida...
-- Ele e sua mãe se davam bem?
Era um casal feliz?
Ela olhou nos olhos de
Vanderlei. Quando falou a sua voz saiu quase num sussurro.
-- Está insinuando que a minha
mãe pode ter matado o meu pai, detetive?
-- Eu não estou dizendo isso.
-- Então por que fez essa
pergunta?
-- É o meu dever, senhorita.
Muito obrigado por me ceder um pouco do seu tempo.
Depois que o detetive
Vanderlei, foi embora, Alice continuou na sala, esperando pela mãe, que por
sinal demorava muito. Diná chegou com uma terrível dor de cabeça.
-- Por que veio na frente?
Você quase nem esperou enterrar o seu pai...
-- Não adiantava eu continuar
lá, ele já esta morto mesmo!—Disse Alice com uma frieza que chocou Diná.
-- Você é a culpada, a única
culpada pela morte do seu pai!
-- Meu pai foi assassinado, o
que eu tenho a ver com isso?
-- Será que não tem mesmo?
-- O que é isso, mamãe, está
insinuando que eu matei o meu pai?
-- Você não, mas o seu amante!
-- Ficou louca? Ricardo nunca
mataria papai!
-- Seu pai era contra o namoro
de vocês dois, porque ele sabia que Ricardo estava de olho só no nosso
dinheiro!
-- Ricardo não está de olho no
nosso dinheiro, ele me ama, ele nunca mataria o meu pai!—Gritou ela, olhando
para a mãe com uma fúria assassina.
Capitulo 08
Ricardo
estava atirado no sofá, quando seu pai chegou do enterro.
-- Como foi lá?
-- Como você acha que é num enterro? Só
tem choro, tristeza. Eu ainda acho que você deveria ter ido.—Disse Natanael
olhando para o filho.
-- Doutor Renan nunca gostou de mim.
Sempre pensou que eu estava com a filha dele, por causa de dinheiro. Para ser
sincero, pai, eu não sei porque o senhor foi nesse maldito enterro. Vocês nem
amigos mais eram.
-- Mas fomos quando éramos jovens,
filho. Eu, António, Renan e Olavo.
-- Não havia outro também? Qual era
mesmo o nome dele?
-- Não quero nem lembrar daquele sujeito, tão
pouco falar o nome dele.—Disse Natanael.
-- Com a morte do doutor Renan, agora
tudo vai ficar mais fácil entre eu e Alice. Essa pessoa que matou ele, sem
querer me fez um grande favor!
Natanael arregalou os olhos diante do
comentário do filho.
-- Ricardo, você não matou Renan,
matou?
-- Não vou negar que estou aliviado com
a morte dele, mas matar? Não, eu acho que não! Eu não mataria ninguém.
Na manhã do dia seguinte, Jacob
decidiu sair cedo, ia até a fazenda Canela-de-ema. Já era hora dele voltar
aquele lugar. Tinha sido feliz ali, apesar de ter sido naquele lugar que seus
pais e suas irmãs perderam a vida cruelmente.
Claro que seria difícil olhar para a
filha do homem que havia acabado com a sua família. Ele tinha ficado com tudo
que era da sua família, e agora tudo estava com a sua filha.
Mesmo sabendo que a filha dele não
tinha culpa, mesmo assim ele a odiava. A vontade de Jacob, era o de fazê-la
pagar, por todos os pecados que o pai dela havia cometido. Lembrar que aquele
homem era seu tio, lhe dava náuseas...
Antes de sair, Jacob decidiu que
precisava de um café, um café bem preto para começar o dia e chegar até a
fazenda canela-de-ema. Decidiu tomar essa xicara de café no mesmo café bar em
que ele estava, quando a atrevida o encontrou.
Galena estava tomando o café da manhã
do lado de fora, quando viu o carro passar pela porteira. Quem podia ser àquela
hora?
Ela saiu da mesa, curiosa para saber
quem seria.
Jacob saiu do carro de óculos
escuros, calça jeans e camisa azul, aberta do peito. Galena esfregou os olhos
como se fosse uma criança, achando que a sua visão estava lhe pregando uma
peça. Mas não estava, era aquele grosso, todo viril caminhando em sua direção.
O que ele queria ali? Teria ido pertuba-la, era isso!
-- O que você está fazendo
aqui?—Perguntou ele surpreso. Afinal a atrevida era a ultima pessoa que ele
esperava ver em canela-de-ema.
-- Como o que eu estou fazendo
aqui! Eu sou a dona da fazenda!
-- Você é... Galena
Collins?—Perguntou ele sem acreditar no que acabara de descobrir. --- Você é
Galena Collins?
-- Claro. Como você me
encontrou aqui, se nem sabia o meu nome?—Indagou Galena achando aquilo tudo
estranho.
-- Eu não vi procurar você.
-- Se não me veio procurar,
então o que veio fazer aqui?
Silêncio.
Eles ficaram olhando um nos
olhos do outro por um longo tempo.
Ele
é bonito demais. Quem pode ser ele? Nenhum homem me perturbou tanto quanto ele.
Eu não posso deseja-la, eu
tenho que odiá-la! É isso! Eu a odeio! Ela é filha do homem e da mulher que
matou toda a minha família!.
Ele chegou bem perto dela, e
apertou de leve o seio direito dela. Antes quando um homem fizesse isso com
Galena Collins, ela simplesmente lhe dava uma joelhada no meio das pernas. Mas
aquele ali, com certeza a tinha enfeitiçado. E o feitiço vinha através dos
olhos azuis dele.
A lembrança que o seu pai havia
matado a sua mãe e depois se matado por causa de um homem de olhos azuis, veio
a sua mente. Mas a lembrança foi embora, a caricia daquela mão forte sobre o
seu seio não deixava aquela lembrança continuar. Ela fechou os olhos, mas então
ele parou, e saindo correndo em direção ao carro, deixando ela sem entender
nada.
-- Você ainda não me disse o
seu nome!—Gritou ela.
Mas ele já entrava no carro, deu
ré e atravessou a porteira em alta velocidade.
Diná marcou o encontro com o
detetive Vanderlei na praia. Queria conversar com ele bem longe da filha. Para
Diná não havia a menor dúvida de que o namorado da filha havia matado o seu
marido.
Diná era uma mulher bonita de
quarenta e poucos anos.
-- Eu te agradeço por ter
vindo, detetive.
-- Vanderlei... Chame-me de
Vanderlei.
-- E você pode me chamar de
Diná. – Disse ela com um sorriso. – A verdade, Vanderlei, é que eu acho que sei
quem matou o meu marido.
-- A senhora sabe? Quem?
-- Ricardo. O namorado dela.
Capitulo 09
Já estava anoitecendo quando Galena
chegou no hotel. Ela havia passado o dia todo pensando em Jacob. Ela precisava
saber o nome daquele homem!
A recepcionista do hotel com certeza
não ia lhe negar essa informação.
No começo a moça que estava na recepção
não queria dar nenhuma informação.
-- É muito simples, minha querida, eu
só quero saber o nome do homem que está hospedado no quarto 501. – Disse Galena
tirando da bolsa uma nota de cem reais e exibindo para ela.
-- Jonas... Jonas Cadore!
Jonas
Cadore?
Galena deu um passo para trás. Os
olhos! Sim, os olhos! Ela conhecia aqueles olhos! Ela tinha apenas dez anos,
mas a lembrança daqueles olhos nunca deixou os seus pensamentos. O amante de
sua mãe! Ele era o amante de sua mãe! Os empregados da fazenda, seu pai, e até
a sua mãe o chamavam de JC.
Galena fechou os olhos, sentindo um
ódio violento envolve-la. A recepcionista perguntou se ela estava se sentindo
bem. Não, ela não estava bem. Como ela estaria bem se havia acabado de
descobrir que o único homem que havia lhe despertado, desejo, paixão, foi
amante de sua mãe no passado, o culpado pelo pai ter matado sua mãe depois ter
se matado?
O desejo seria deixado de lado,
desejo, paixão, o amor, o que ela sentisse por ele ela mandaria para o inferno.
A vingança em primeiro lugar! E foi pensando nisso que ela saiu correndo. Foi
até o carro! Ela tremia! Ele tinha seduzido a mãe, e agora queria seduzir a
filha.
Ela abriu a porta do carro, mas não
para ir embora, e sim para pegar um revólver que estava no porta luvas!
Ela colocou a arma dentro da bolsa e
voltou para o hotel!
Michel disse para Célia, a babá, que
ia para o quarto.
-- Subo em dez minutos,
Michel.—Disse Célia indo para a cozinha tomar um remédio para a pressão
arterial.
O garoto estava triste. Entrou no
quarto e trancou a porta. Jogou-se sobre a cama e começou a chorar. Há vários
dias que o garoto sonhava com o pai, pois sua mãe gostava dele, mas pensava
mais só em cuidar da fazenda.
Tudo estava em silêncio naquele
momento. Michel só ouvia o som de sua respiração acelerada. De repente o quarto
mergulhou na mais completa escuridão. Não só o quarto, mas toda a fazenda...
Acontecia um apagão naquele momento. No escuro o garoto entrou em desespero e
começou a gritar.
A lanterna! Michel lembrou da
lanterna? Mas em que parte do quarto ela estava? Como encontra-la naquele
escuro? Michel tateou no escuro até o seu armário. Na gaveta, bem lá no fundo
ele escondia uma caixa de fosforo! Sua mão encontrou-a, ele riscou um palito.
Riscou outro tentando clarear o quarto para encontrar a lanterna. O fogo chegou
até o dedo dele, ele deu um grito jogando o palito para o lado. Riscou outro, e
a mesma coisa aconteceu e ele jogou o palito o lado.
O que Michel não percebeu foi que
um dos palitos não havia se apagado e o colchão começava a pegar fogo!
Ele riscou outro, lembrando que
a lanterna estava no meio de seus brinquedos. Mas o que ele não percebeu a sua
frente devido ao escuro foi o skate, Michel tropeçou nele e foi ao chão! Mas
antes de cair totalmente no chão, a sua cabeça bateu na beirada da cama e ele
perdeu os sentidos.
Enquanto isso, o fogo começou a
crescer sobre o colchão, ao mesmo tempo em que Célia, a babá esmurrava a porta
chamando pelo garoto. A energia elétrica voltava naquele momento.
Um carro atravessou o portão da
fazenda, com os faróis altos... Ele tinha pensando muito antes de ir até ali.
Por fim, ele disse para si mesmo
que era isso que ele tinha que fazer!
No hotel, Galena bateu na porta
do quarto em que Jacob estava. Bateu de novo, ele não apareceu para abrir. Com
certeza ele devia estar tomando banho... Bateu de novo, desta vez com mais
força!
Ou
esta tomando banho, ou está na cama com alguma vadia! Meus Deus, como eu fui interessar por um homem
desses? Ele é o meu maior inimigo! Eu vou acabar com ele, eu tenho que acabar
com ele. Eu não vou deixar o que eu
estou sentindo por ele, se mais forte que o meu ódio!
Célia começou a sentir cheiro de
fumaça vindo do quarto do menino, e entrou em desespero! Ela saiu gritando,
chamando pela governanta dona Neusa. Quando ela
voltou para o andar de cima, a fumaça já havia passado por debaixo da
porta e havia chegado no corredor.
Michel continuava no quarto, ainda
inconsciente, com o fogo bem próximo dele e o quarto envolvido pela fumaça.
Ele saiu do carro, jurando que
sentia cheiro de fumaça. O que ele diria para ela? Que desculpa ele daria para
ela por estar ali?
Foi então que ele viu, um clarão
vindo de um dos cômodos da casa do andar de cima.
Pouco depois os gritos de Célia e
Neusa chegaram até ele!
Número de páginas: 167
Edição: 1(2014)
Formato: A5 148x210
Coloração: Preto e branco
Acabamento: Brochura c/ orelha
Tipo de papel: Offset 75g
a VENDA NO CLUBE DE AUTORES
www.clubedeautores.com.br
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